Saturday, April 27, 2024

Review: Savages, Soulfly

Posted by Redação Mondo Metal On September - 30 - 2013 ADD COMMENTS

Not the beast…

Not the beast…

 

assina_chris

 

Sempre que uma banda lança um grande álbum que preenche por completo as expectativas dos fãs, o seguinte vem cheio de novas expectativas. Espera-se no mínimo o mesmo nível do antecessor. A verdade é que um grande álbum é um “peso” para o seguinte. Assim foi com o Metallica ao lançar o clássico absoluto Master of Puppets, com o Slayer e o espetacular Reign in Blood, com o Sepultura ao colocar nas prateleiras o grande Arise e com o próprio Soulfly quando lançou o ótimo (mas não o melhor da carreira) Enslaved. Mas ao contrário das bandas citadas, o sucessor do oitavo álbum do Soulfly não foi nada próximo de um And Justice for All, South of Heaven ou Chaos AD, álbuns que fizeram jus à continuidade do trabalho de cada banda. O que o Soulfly coloca agora no mercado é um passo atrás (ou melhor, dois ou três) no que Max e companhia vinham fazendo até então.

 

A expectativa em torno de Savages era muito grande, afinal, não era somente o sucessor de um dos melhores discos do Soulfly, mas também o primeiro fora da Roadrunner, casa que abrigou toda a carreira do brasileiro depois da Cogumelo. Mas se isso ainda não fosse suficiente, bastaria dizer que a nova casa da banda é a Nuclear Blast, uma das maiores e mais respeitadas gravadoras de metal do mundo. Por tudo isso, esperava-se mais do novo álbum do Soulfly, muito mais! O disco é, de uma forma geral, diferente de tudo que a banda já fez até hoje. Mas aí vem a boa notícia: Savages é diferente, mas não é new metal! Ponto para Max!

 

Savages é o menor dos nove discos que Max já fez no Soulfly. São apenas 10 músicas, lembrando um pouco os tempos do velho bolachão, onde a limitação física do LP não permitia muitas faixas. Savages não é um desastre, mas briga forte para ser o pior lançamento do Soulfly. Dá até para animar no começo do disco, verdade! As duas primeiras faixas são perfeitas. Bloodshed – já conhecida dos público há pelo menos um mês – é pesada e faz relembrar grandes momentos da banda. De “quebra” tem a participação de Iggor Cavalera nas baquetas, conferindo à faixa a técnica que o sobrinho ainda não tem. Logo depois vem Cannibal Holocaust, que mais parece ter sido retirada de um álbum do Cavalera Conspiracy. Rápida, pesada e sem firulas. Fallen vem na sequência e dá a impressão de que vai manter o nível das primeiras, mas é à partir dela que tudo fica estranho, sem conexão com os oito álbuns anteriores. Não é ruim, mas é estranha. Ayatollah of Rock´n´Rolla com seus 7’30” é outra que não precisava ter entrado no álbum. Longa, cansativa e com guitarras sem nenhum peso, a não ser por algumas intervenções no meio da música. Master of Savagery é um respiro de alívio depois de duas ótimas e duas estranhas. Finalmente Soulfly volta a se parecer com Soulfly! Spiral e This is Violence fazem o fã se perguntar que banda está tocando. K.C.S. novamente se parece com Soulfly. A parceria de Max com Mitch Harris, guitarrista do Napalm Death, – que apenas canta na música – deu certo. De alguma maneira remete aos primeiros álbuns do quarteto inglês. Daí para frente seria melhor nem comentar, mas vamos lá: El Comegente, faixa bilíngue cantada por Max e Tony Campos naufragou. Fizeram muito barulho por nada. E Soulfliktion é mais do mesmo com Max insistindo em suas eternas auto-referências: Soulfliktion, Infliktion, Cavalera Conspiracy…

 

Seis constatações:
1. Zyon Cavalera não é David Kinkade! O melhor baterista que o Soulfly já teve até hoje faz muita falta. O “monstro” Kinkade – que antes do Soulfly emprestou sua técnica e velocidade ao Borknagar – trouxe sangue novo para a banda de Max. Infelizmente sua ausência comprometeu as novas músicas. Zyon é esforçado e ainda deve crescer muito – tome aulas com seu tio, menino – , mas ter entrado na banda do pai neste momento foi um passo maior que as pernas. Poderia ter esperado um pouco mais para ganhar experiência em sua banda original – Lody Kong – e, aos poucos, começar a tocar no Soulfly. Agora já foi!

 

2. Apesar de não mostrar no disco 50% do que sabe, Marc Rizzo é cada vez mais a cara e a sombra de Max Cavalera. Sabe tudo, faz a coisa certa e é fundamental na banda. Não pode sair nunca!

 

3. Nunca esperei tanto pelo lançamento seguinte como agora!

 

4. Embora não apareça no track-list (certamente motivo de comemoração de muitos), Soulfly IX está em uma edição especial do álbum juntamente com outra bônus-track, a faixa Fuck Reality.

 

5. Nem mesmo a produção do Grande Terry Date (Pantera, White Zombie, Prong, Helmet, Ozzy Osbourne) salvou o disco. Savages é fraco e não faz jus a uma banda que lançou Dark Ages e Enslaved. Que venha o novo disco do Soulfly (o que vier depois deste!)

 

6. Das 10 faixas do novo álbum apenas 4 valem à pena. Assim sendo a nota não poderia chegar nem à metade, por isso o Mondo Metal dá 2 em 5.

 

 

Ps: a resenha foi escrita após a primeira audição do álbum. Depois da décima pode ser que a opinião seja outra, mas quando é preciso ouvir 10 vezes para gostar de alguma coisa…

 

Ouça a faixa Bloodshed

Revelada a capa do novo álbum do Deicide

Posted by Redação Mondo Metal On September - 25 - 2013 ADD COMMENTS

 

redação mondo metal

 

Acabou o mistério para os fãs do Deicide. A capa do novo álbum da banda, In The Minds Of Evil, o 11° de estúdio, foi revelada. A arte ficou por conta do artista australiano Simon Cowell‘s. In The Minds Of Evil será lançado no dia 26 de novembro pela Century Media Records. Confira abaixo o track-list.

 

In The Minds Of Evil
Gravadora: Century Media
01. In The Minds Of Evil
02. Thou Begone
03. Godkill
04. Beyond Salvation
05. Misery Of One
06. Between The Flesh And The Void
07. Even The Gods Can Bleed
08. Trample The Cross
09. Banished By Evil
10. Kill The Light Of Christ
11. End The Wrath Of God

 

 

Metallica revela ter sido censurado pelo governo chinês

Posted by Redação Mondo Metal On September - 25 - 2013 ADD COMMENTS

 

assina_chris

 

O guitarrista Kirk Hammet revelou na última segunda-feira (23) durante o programa de TV The Howard Stern Show que o Metallica teve que submeter as letras de toda sua discografia à censura do governo chinês para poder se apresentar no país no mês passado. De acordo com o guitarrista o governo chinês indicou as músicas que poderiam ser tocadas e as que não poderiam. “Eles viram a letra de Master of Puppets e acharam que era subversiva e nos proibiram de tocar. Isso é muito estranho”, disse Hammet. “As regras foram claras, mas os fãs estavam lá para se divertir”, completou o vocalista James Hetfield.

 

Mesmo com a censura, a banda não chegou a considerar o cancelamento das duas datas no país asiático que levaram mais de 40 mil fãs ao Mercedes-Benz Arena, em Shangai.

 

“Apesar da proibição eu toquei o riff da Master of Puppets e de várias outras que estávamos proibidos de tocar. Tocamos só a música. Então de certa forma elas estavam lá” disse Kirk Hammet burlando a proibição do governo chinês que vetou ‘as letras’, mas não vetou (pelo menos de forma clara) as músicas.

 

Metallica se apresenta no programa de TV The Howard Stern Show

Ainda de acordo com o baterista Lars Ulrich os fãs sabiam das restrições que a banda estava sofrendo para tocar no país. “Isso não era segredo. O governo publicou em seus sites oficiais a lista das músicas que poderíamos tocar ou não.”

 

Confira a faixa Leper Messiah ao vivo em Shangai

Destruction e Krisiun fazem show histórico no Rock in Rio

Posted by Redação Mondo Metal On September - 23 - 2013 ADD COMMENTS

 

assina_chris

 

Quando o frontman do Destruction Schmier começou seu show no palco Sunset na última noite do Rock in Rio ele certamente não sabia que estava por fazer o show mais importante das duas noites de metal do festival carioca. Com um set mesclado de clássicos oitentistas e faixas mais recentes o trio alemão levou os headbangers ao delírio fazendo abrir várias rodas de mosh em meio ao público.

 

Carismático e falando algumas (poucas) frases em português, Schmier chegou a pedir um palco exclusivo de heavy metal nas próximas edições do Rock in Rio, o que, cá entre nós não seria nada mal, já que as noites reservadas à música pesada tradicionalmente são as de maior público.

 

A segunda parte do show foi reservada aos gaúchos do Krisiun que abriram sua apresentação com o clássico absolutamente extraordinário Black Metal, do Venom, com as duas bandas no palco. Assim como o Destruction, o trio brasileiro fez um show no limite da perfeição com o público participando, cantando as músicas (sim!) e abrindo gigantescas rodas de mosh simultâneas que vão ficar na história do Rock in Rio.

 

Krisiun: metal extremo pela primeira vez no Rock in Rio

 

Mas o que fez das duas apresentações as mais importantes entre todas das duas noites de metal que o Rock in Rio teve (e que aí nos desculpem Metallica e seu grande show, Slayer e a bela homenagem a Jeff Hanneman, Sepultura e seus dois shows no festival, Iron Maiden e o grande show baseado no álbum Seventh Son of a Seventh Son, entre tantas outras) não foi o grande show que cada uma das bandas fez ou a resposta do público e sim o fato de ambas terem sido responsáveis por fazer o metal extremo ser televisionado ao vivo para todo o país por mais de uma hora numa mostra clara de que a música pesada vem ano após ano, década após decada, ganhando respeito e espaço no Brasil.

 

Quem diria você, fã da música pesada desde os anos 80, que um dia ligaria a televisão e assistiria uma das vertentes mais pesadas do heavy metal ao vivo? Destruction e Krisiun fizeram história não só no Rock in Rio, mas também no heavy metal brasileiro. Sorte nossa!

Música pesada sobe aos palcos do Rock in Rio nesta quinta

Posted by Redação Mondo Metal On September - 19 - 2013 ADD COMMENTS

 

 

redação mondo metal

 

Depois de três noites da mais absoluta calmaria musical no Rock in Rio, esta quinta-feira promete ser bastante barulhenta para os amantes da música pesada na capital carioca. Desde cedo fãs formam imensas filas nas redondezas da Cidade do Rock para ver as atrações da primeira “noite do metal” do festival.

 

Com shows programados à partir das 14h30, o palco Sunset – já conhecido por suas apresentações “casadas” – abre com a trinca nacional República/Dr.Sin/Roy Z. Às 16 horas quem sobe ao palco são as bandas Almah, do vocalista Edu Falash, que deve apresentar em seu set-list algumas faixas do novo álbum Unfold (ainda sem data de lançamento) e os gaúchos do Híbria, lançando o álbum Silent Revenge. Na sequência, às 17h30, quem se apresenta é Sebastian Bach, o eterno vocalista do Skid Row. Como atração principal e fechando a noite do palco Sunset, ninguém menos que o músico e diretor de cinema Rob Zombie.

 

Enquanto a noite se encerra no palco secundário, o palco principal recebe o show shows dos mineiros do Sepultura, às 18h30, acompanhados dos franceses do Tambours du Bronx em uma reedição do show de 2011 quando as bandas se apresentaram no palco Sunset. Depois, às 20h30, é a vez dos norte-americanos do Ghost BC se apresentarem comandados pelo vocalista Papa Emeritus II. Um misto de gosto duvidoso de teatro e música pesada. Às 22h10 o quarteto Alice in Chains chega colocando o pé no freio da massa sonora da noite. O show – como sempre – é muito aguardado pelos fãs saudosos do grunge norte-americano. Aos 5 minutos da sexta-feira o Metallica – a grande e mais aguardada atração da noite – começa sua apresentação no Rock in Rio. Esta é a sexta vez que o quarteto se apresenta no Brasil e a segunda seguida no festival carioca. No domingo, fechando o festival, a segunda noite de metal vai reunir, entre outros, nomes como Slayer, Iron Maiden, Destruction, Krisiun e Sepultura (desta vez com o cantor e compositor paraibano Zé Ramalho).

Dave Mustaine descarta reunião com Marty Friedman e Nick Menza

Posted by Redação Mondo Metal On September - 18 - 2013 ADD COMMENTS

 

redação mondo metal

 

O controverso líder do Megadeth pôs fim ao desejo de muitos fãs de ver uma reunião da banda com o guitarrista Marty Friedman e o baterista Nick Menza. Questionado recentemente em uma entrevista ao jornal Las Vegas Sun sobre a possibilidade de uma reunião com os ex-integrantes, Mustaine foi direto: “as pessoas dizem ‘você deveria trazer o Marty Friedman de volta à banda’. Mas o Marty não quer voltar ao Megadeth, ele quis sair, ele se demitiu, acabou! E o Nick não está bem de saúde. Olhe os recentes vídeos dele. Você quer a volta deles? Ou você é um estúpido ou é um sonhador!”.

 

O Mondo Metal ouviu o álbum Super Collider (e não gostou). Leia a resenha:
Megadeth: a um passo do pop?

 

Friedman e Menza estiveram juntos em 4 álbuns do Megadeth, entre eles o multi-platinado Rust in Peace que rende ao frontman pedidos, até hoje, por um álbum semelhante. “Seria fácil fazer (outro Rust in Peace), mas onde fica a dignidade do artista?”, finaliza.

Novo projeto de Max Cavalera começa a ser gravado

Posted by Redação Mondo Metal On September - 17 - 2013 ADD COMMENTS

Max Cavalera: novo projeto à caminho

 

assina_chris

 

Começou a ser gravado na última semana o novo projeto de Max Cavalera que vai reunir membros do The Dillinger Escape Plan, The Mars Volta, Mastodon, além, claro, do líder do Soulfly.

 

O produtor Josh Wilbur que já trabalhou com o Lamb Of God e Gojira será responsável pela produção do novo álbum no Fortress Studio, em Los Angeles. As gravações acontecem em meio a turnê de lançamento do novo álbum do Soulfly, Savages, que deverá acontecer no próximo mês.

 

Fortress Studio, em Los Angeles

 

O novo projeto de Max Cavalera, ainda sem nome, vem sendo anunciado desde o ano passado quando inicialmente era uma dupla com Max e Greg Puciato, relembrando para muitos outro projeto de Max, o Nailbomb, quando o brasileiro dividia vocais e instrumentos com Alex Newport, do Fudge Tunnel. No novo projeto, Max e Greg têm a companhia da bateria de Dave Elitch (The Mars Volta) e do baixo de Troy Sanders (Mastodon).

 

Com três vocalistas, quatro bandas envolvidas e muita expectativa começa a nascer mais um projeto do incansável Max Cavalera que, após essa gravação vai se dedicar a turnê do Soulfly e, na sequência, ao terceiro álbum do Cavalera Conspiracy, com seu irmão Iggor. Haja fôlego!

 

Fortress Studio, em Los Angeles

 

O novo álbum tem previsão de lançamento para 2014.

Review: Blame the Sun, Infliction

Posted by Redação Mondo Metal On September - 16 - 2013 ADD COMMENTS

 

assina_chris

 

Holy shit!

Holy shit!

 

Nove meses se passaram desde que o Mondo Metal publicou a resenha do álbum Blame the Sun, debut dos poloneses do Infliction. Na época a nota dada ao ótimo álbum foi 4 M´s na nossa escala que vai de 0 a 5. Desconhecidos do público brasileiro no início do ano, o Infliction agradou aos ouvintes do programa Mondo Metal que vai ao ar todas as segundas-feiras pela Elo FM 87,9 de Belo Horizonte. A banda estreiou na programação da rádio com a faixa Schrödinger´s Cat e os pedidos para que outras faixas fossem tocadas foram imediatos. Como resultado, todas as faixas do EP entraram na programação. Esses são os motivos que levam o Mondo Metal a – pela primeira vez – repetir um review. Mas, mais do que isso, a própria banda realizou algo inédito remasterizando o próprio álbum e regravando guitarras e vocais antes mesmo de pensar no segundo disco.

 

Mesmo sem nenhuma mudança na formação – o que geralmente serve para justificar a regravação de um álbum – o quarteto formado por Kosiarz (vox e guitarra), Adyj (guitarra), Kudal (baixo) e Łyskey (bateria) remasterizou o EP de estreia. Diz o ditado do futebol que “em time que está ganhando não se mexe”, e, de fato, a remasterização não era necessária dada a ótima qualidade da gravação do álbum. Mas a banda apostou em uma sonoridade ainda mais pesada para o álbum e… acertou! O EP ficou melhor e mais pesado com instrumentos ainda mais claros e vocal perfeito!

 

Relembre a primeira resenha da banda
Infliction: debut para ficar entre os melhores do ano

 

Nenhuma faixa extra foi incluída na nova versão do álbum, mas os últimos nove meses desde o lançamento de Blame the Sun já foram suficientes para que a banda liberasse uma música nova onde – a meu ver – fica clara a influência – declarada – dos brasileiros do Sepultura. Na nova faixa Locked in Syndrome (que você ouve abaixo) há pelo menos um momento onde a referência da banda brasileira é bastante nítida. Quase se ouve Max Cavalera berrando os famosos “um, dois, três, quatro” na introdução do mosh. É bom ver que a banda segue forte e evoluindo!

 

Se na primeira avaliação do Mondo Metal Blame the Sun ganhou 4 M´s, nesta leva meio M a mais. Merecido!

 

Ouça a nova faixa Locked in Syndrome

Show do Suicidal Tendencies incendeia BH

Posted by Redação Mondo Metal On September - 11 - 2013 ADD COMMENTS

 

oswaldo

 

Estamos quase chegando ao meio de setembro. Já vivenciamos um feriado nacional fatídico, em que a truculência e estupidez de determinados setores da segurança pública casaram-se perfeitamente com o exagero de alguns fanfarrões travestidos de manifestantes em Belo Horizonte e outras cidades brasileiras. Mas o mês em BH não começou assim. Sim, foi violento. Mas uma violência que todos gostamos – aquela que entra no seu ouvido, chacoalhando todo o corpo, que responde com espasmos, socos, chutes e a cabeça girante, tudo sem uma mínima chance sequer de tumulto. A noite do primeiro dia de setembro, um domingo, foi marcada pelo retorno de um dos pais do crossover à Capital: a lenda Suicidal Tendencies, em turnê de lançamento do mais recente disco, 13.

 

Até as vésperas da pancadaria, nada havia sido comentado se haveria banda de abertura. Dias antes do evento, chegou a informação de que o líder suicida, Mike Muir, ao bater um papo com Max Cavalera durante o show do Rio de Janeiro, empolgou-se com a cena daqui e pediu um representante que arcasse com a empreitada. A produtora logo se prontificou a convidar o Hell´s Punch, formada por veteranos da história metálica em BH: Sérgio, Marck, Nilson e Rodrigo, ex-membros do Overdose, Sextrash e Vultur. A grande cartada havia sido dada, promessa de um puta show, à altura do que propunham os californianos.

 

A grande frustração veio nos primeiros acordes. Cover de Megadeth, seguido de cópias de lendas do thrash, como Sepultura e Slayer. Para este último, deveria haver um decreto que autorizasse a parte interessada a tocar apenas um cover por noite, tamanha a discrepância entre qualquer um e o quarteto-maior-banda-de-todos-os-tempos. A curiosidade era imensa para ver músicos que ajudaram a tornar Belo Horizonte como a maior cidade headbanger do País, e a decepção foi do mesmo tamanho ao ver que um grupo competente pra cacete estava se refestelando com material de bandas consolidadas, algo bem típico para quem está começando. Um paradoxo…

 

Mas nem tudo foi perdido. O grande barato foi quando Sílvio convidou Bozó e André Márcio para a execução de Zombie Factory, clássico do que eu chamaria de segunda fase, ou terceira, do maravilhoso e saudoso Overdose. Foi muito bom ver novamente o velho Pedro Amorim, mesmo sem cabeleira, ou trança, e um pouco tímido, na linha de frente. Sem falar na pegada do antigo Zé Baleia (que não merece mais a alcunha), sem dúvida um dos melhores bateristas em longa atividade no Brasil. Em uma entrevista não muito antiga, Bozó disse que adoraria fazer apenas um show com o Overdose, com todos os camaradas antigos, em um lugar pequeno, só pra matar saudade. Esperamos que essa rápida participação supracitada sirva como estimulante.

 

Após pouco menos de meia hora de Hell´s Punch (ufa!), tudo preparado para a atração principal. Esta foi a segunda vez que Mike Muir (vocal), Dean Pleasants (guitarra) e Eric Moore (bateria), visitaram a capital mineira. Em 2012 eles aterrissaram por aqui trazendo ainda o grande Mike Clark, que logo depois sofreu um acidente e vem sendo substituído nas seis cordas pelo competente Nico Santora. Para completar o time, Tim “Rawbiz” Williams mostrou todo o poder de seu baixo e roubou a cena diversas vezes.

 

Show no domingo, a turnê dos caras já havia passado em uma pá de cidades brasileiras, portanto pode ser considerado curto. Mas quem foi não se arrependeu, e ainda ganhou uma dor no pescoço gostosa ao voltar para seu recôndito. No começo dos anos de 1980, surgia nos Estados Unidos um estilo musical que misturava a rapidez do hardcore/punk, com o peso do heavy/thrash metal. E quem foi ao Music Hall viu um dos três pilares dessa fusão – ao lado de D.R.I. e Corrosion of Conformity, o Suicidal é considerado um precursor do famigerado crossover.

 

O set foi mesclado entre porradas clássicas e petardos do novo disco. A abertura foi de incendiar. Depois de uma espécie de “aquecimento”, cada músico brincava com seu instrumento. Quando Mike pergunta: “What the hell is going on around here?”, era a senha para deixar o pau cantar. You Can´t Bring Me Down iniciou uma roda muito consistente, que perdurou por quase todo o show.

 

Após a recente Smash It, foi bom reviver o momento Fúria MTV. Salvo engano, Institucionalized foi executada apenas por aqui, fuçando o set de outras cidades. Mal pra quem é de fora, pois é daquelas músicas que te fazem passar o vídeo na cabeça, Mike reclamando com seus pais e toda aquela pancadaria. Vale ressaltar, ainda, a humildade do “Tio” Muir. Em diversos momentos ele se escondia no fundo do palco, para deixar seus companheiros mostrarem os dotes musicais. Depois ele voltava, correndo e dando seus famosos “jabs” no ar.

 

Uma grande característica do ST é a de flertar abertamente com o soul e o funk norte americanos, proposta que fica muito evidenciada nas suas apresentações. Não pense que estamos falando de algum tipo “big black ass fella cover”, mas apenas de como uma banda de crossover consegue incorporar elementos de algo fora do metal, sem destoar com seu público. Um exemplo disso foi o monstro Tim Williams. O camarada provou ser um baixista com feeling, habilidade e carisma enormes, como disse antes, muitas vezes ele naturalmente ofuscou seus colegas.

 

Na medida em que a noite avançava, mais e mais tirambaços eram dados. Subliminal, I Saw Your Mommy, Cyco Vision e Possessed to Skate reforçaram que, mesmo em tom lúdico, a intenção era mostrar todo o arsenal bélico que o ST criou, nestes 30 anos de existência. Quando o show é bom, a sintonia entre banda e público acontece naturalmente. E todos os músicos tinham a plateia em suas mãos, bastava um sinal e tudo era prontamente seguido – manda quem pode, obedece quem tem juízo.

 

Para finalizar, Pledge Your Alliance teve um encerramento apoteótico. Os próprios membros do grupo ajudaram alguns malucos a subir e tomar o palco. Nos últimos acordes não dava pra visualizar nenhum gringo por ali. Pelo menos uns 50 fãs subiram, recorde quebrado da apresentação do D.R.I., há dois anos. Um grand finale digno de quem sempre esteve baseado na comunhão de tribos, na humildade dos componentes e, acima de tudo, na qualidade da música apresentada. Parabéns ao pessoal da 53 HC por mais uma versão nervosa do Flaming Hell. ST! ST! ST!

 

assina_chris

 

Em uma entrevista publicada no último domingo (8) pela revista grega Metal Paths, Max Cavalera criticou duramente o gerenciamento da carreira do Sepultura ao ser perguntado (mais uma vez) sobre a possibilidade de uma futura reunião com seus antigos colegas de banda. Segundo Max, sua ex-cunhada e atual manager da banda, Monika Cavalera, não entende nada de música e estaria tendo influência direta na carreira da banda. “Eu acho que é por isso que a banda não vai a lugar nenhum. A cada ano que passa menos gente gosta deles”, disparou. Para o antigo vocalista, uma reunião com os membros originais seria o melhor que poderia acontecer para a banda. “Eu gostaria de fazer por mim e pelos fãs. Todos estão aqui e é possível. O Pantera já não pode mais fazer porque o Dimebag não está mais aqui, mas todos do Sepultura estão vivos. Podemos fazer, mas não depende de mim”, completou.

 

Apesar das repetidas declarações de que gostaria de se reunir com os outros membros do Sepultura, os constantes ataques direcionados a sua ex-banda certamente não contribuem para que isso aconteça afastando cada vez mais a possibilidade de algum retorno próximo. Por outro lado, desde um comunicado oficial publicado pelo Sepultura em dezembro de 2010 sobre o não retorno da formação original, os atuais membros do grupo mineiro optaram pelo silêncio e não respondem mais as declarações de Max Cavalera.

 

Mas como bem mostra a história recente da música pesada, um retorno, por mais difícil que seja e por mais problemas que possa envolver, nunca pode ser descartado definitivamente. Está aí o Black Sabbath com shows marcados em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte que não nos deixa mentir!

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