Saturday, April 27, 2024

Science of Sleep: cara de moleque e peso de gente grande

Posted by Redação Mondo Metal On September - 28 - 2012 ADD COMMENTS

 

Head banging!

 

Christiano Gomes

 

Pode até parecer um bando de moleques, um bando de playboyzinhos fazendo cara de mal, mas quando a música começa só dá para dizer uma coisa: é brutal! Essa é a impressão que se tem do primeiro álbum dos alemães do Science of Sleep. Com pouquíssimo tempo de estrada (a banda é de 2010) o quinteto alemão de deathcore mostra grande competência em seu recém-lançado álbum de estreia, Affliction.

 

Vocais guturais, afinação baixa e uma bateria que mais parece uma metralhadora são alguns dos componentes da banda em um álbum de sete faixas que não chega a meia hora de música. Affliction abre com uma ótima introdução que mais parece retirada de algum álbum de death metal dos anos 80. E não espere por teclados ou efeitos sombrios (típicos da época), mas sim o bom e velho peso marcante das bandas oitentistas. O que se segue é uma pancadaria que não parece ter fim. O peso das guitarras de Sven Weber e Nils Reuter está em perfeita sintonia com a cozinha do baixista Philipp Heinemann e do baterista Dennis Kosinsiki. Os berros do vocalista Marcus Jasak completam a banda, que, não há como negar, é bastante corajosa para um álbum de estreia: nas faixas Mutilation of Messages e Slice and Dice, por exemplo, é possível ouvir curtas inserções de elementos eletrônicos! E acredite: ficou bom!

 

Apesar da ótima impressão que a banda deixa neste primeiro trabalho, alguns pontos fracos não passaram desapercebidos. Um deles é a ultra-rápida bateria de Dennis Kosinsiki em todas as músicas que acaba deixando o som cansativo já na metade do disco. O outro é a pouca variação das músicas que se tornam muito parecidas umas com as outras. Mas dito assim pode parecer que o disco não é bom. Muito pelo contrário! Affliction é uma grata surpresa: pesado, “nervoso” e muito bem gravado. Merece ser ouvido!

 

Science of Sleep
Affliction
Bastardized Recordings

01. Introduction
02. Affliction
03. To Protect and Abuse
04. Mutilation of Messages
05. Gallows of Treachery
06. Slice and Dice
07. Fraudulent Misrepresentation

Viper comemora 25 anos do álbum Soldiers of Sunrise em BH

Posted by Redação Mondo Metal On September - 28 - 2012 2 COMMENTS

 

Christiano Gomes

 

Os paulistas do Viper, um dos maiores nomes já surgidos na música pesada nacional, se apresentam neste fim de semana em Belo Horizonte na turnê que está comemorando os 25 anos de lançamento do seu primeiro álbum, Soldiers of Sunrise. A turnê marca o retorno da chamada “formação clássica” da banda, com Pit Passarell no baixo, Felipe Machado na guitarra, Guilherme Martin na bateria e o aguardado retorno de André Matos nos vocais, após passagens por Angra, Shaman e uma série de bandas e projetos incluindo sua carreira solo, de onde veio o reforço para este giro, o guitarrista Hugo Mariutti que já acompanha o vocalista há 10 anos. Mariutti, substitui Yves Passarel, atualmente no Capital Inicial, que deve fazer algumas apresentações eventuais com a banda.

 

Depois de passar por cidades como Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, entre outras, Belo Horizonte recebe a banda pela segunda vez 18 anos depois de sua primeira passagem pela cidade. O quinteto promete tocar a íntegra de seus dois primeiros álbuns Soldiers of Sunrise, de 1987 e Theatre of Fate, de 1989.

 

Lançado em 1987, Soldiers of Sunrise foi um dos marcos da música pesada nacional ao lado dos mineiros do Sarcófago que lançariam naquele ano o álbum I.N.R.I. chamando a atenção da imprensa especializada européia para seu black metal inovador e brutal. No mesmo ano o Sepultura colocaria nas prateleiras o bem sucedido (e pirateado na Europa) Schizophrenia que abriria o caminho para a invasão ao velho mundo que aconteceria dois anos depois. Ainda em 87 surgiu o espetacular Cada dia mais sujo e agressivo, do Ratos de Porão. Sem dúvida nenhuma um ano marcante para a música pesada nacional! Dois anos depois o Viper retornaria com seu segundo trabalho, Theatre of Fate, que, com grande repercussão no mercado asiático, levou a banda para uma bem sucedida turnê no Japão e seguidas turnês nos anos posteriores.

 

Neste sábado o Viper sobe ao palco do Music Hall com a missão não só de resgatar seus antigos sucessos mas também de mostrar a toda uma nova geração de fãs – que nunca tiveram a oportunidade de ver o grupo ao vivo – um pouco da história da música pesada nacional. O show tem o apoio do Mondo Metal.

 

Quem tem a missão de abrir a apresentação e esquentar o público para a atração principal da noite são os mineiros do Pleiades, que lançaram recentemente 2 singles, frutos da premiação no festival Metal Meltdown.

 

Viper em São Paulo: fãs comemoram  retorno da banda em show lotado

 

Serviço:
Viper – To Live Again
Data: 29 de setembro
Horário: 22 horas
Local: Music Hall (Avenida do Contorno, 3.239, Santa Efigênia)
Censura: 16 anos

Ingressos:
Pista
Meia / Inteira – R$ 30,00 / R$ 60,00 – Lote 1 (esgotado)
Meia / Inteira – R$ 40,00 / R$ 80,00 – Lote 2
Meia / Inteira – R$ 50,00 / R$ 100,00 – Portaria

Camarote (quantidade limitada)
Antecipado – R$ 80,00
Portaria – R$ 100,00

Meet & Greet (Encontro com a banda após a apresentação, incluindo o ingresso do show. Quantidade limitada)
Meet & Greet Pista – R$ 100,00
Meet & Greet Camarote – R$ 130,00
Obs: Este ingresso está a venda somente na Powerslave, entrega a domicílio, depósito bancário ou através do site www.wikimetal.com.br.

Pontos de vendas:
Powerslave, Tunel do Rock, Armani Tattoo, Gump Instrumentos Musicais e www.wikimetalstore.com.br

Informações:
(31) 3274-1930

Immemorial e Leben Ohne Licht Kollektive: split fraco e cansativo

Posted by Redação Mondo Metal On September - 24 - 2012 ADD COMMENTS

 

Not the beast…

 

Christiano Gomes

 

Quantum of abstract physics é um álbum colaborativo em todos os sentidos. Recém lançado por três gravadoras, o split apresenta as bandas Immemorial e Leben Ohne Licht kollektive, ambas francesas com alguma história no mundo da música pesada.

 

O Immemorial é, na verdade, um projeto de membros de outras quatro bandas (HKY, Eibon, Comity e Arms Of Ra). O split é o primeiro trabalho do quarteto que entra quase como uma participação especial no álbum com apenas uma faixa, The downfall of astral radiance. Criado em 2005, o Leben Ohne Licht kollektive, com o sugestivo nome em alemão que significa Vida coletiva sem luz, chega ao seu quarto trabalho.

 

Quantum of abstract physics não é um álbum fácil de ser digerido. As duas bandas são adeptas do dark ambient, estilo sombrio de sons sobrepostos e desconexos, adotado com maestria pela banda Painkiller (um dos vários projetos de Mick Harris, ex-Napalm Death), no álbum Execution Ground. Não é qualquer um que gosta deste estilo (demasiadamente lento e cansativo), muito menos qualquer banda que consegue tocar e agradar aos ouvintes. Não raro encontramos grupos que se perdem em meio à complexidade do dark ambient e acabam por produzir massas sonoras extremamente cansativas. Mas este não chega a ser exatamente o caso do Leben Ohne Licht kollektive, que tem alguns momentos de lucidez em meio à monotonia sonora. A banda completa suas músicas, (sempre acima dos cinco minutos) com elementos interessantes, como rápidas inserções de guitarras e bateria. Bumbos duplos e blast beats incomuns ao estilo podem ser ouvidos na faixa The dust is eternal. Bom, mas nada além disso. Já o Immemorial abusa da paciência do ouvinte fechando o álbum com sua enfadonha faixa de meia hora! Sim, 30 minutos de uma agonia que parece não ter fim. Sem graça e cansativa, a faixa poderia terminar aos 10 minutos e ainda assim continuaria cansativa (ouça abaixo os 10 minutos). The Downfall of Astral Radiance é linear e, definitivamente, não tem os pontos altos e a inteligência da banda anterior. Depressivo e sonolento como uma morte lenta.

 

Mas antes de qualquer coisa, é preciso que se diga que o dark ambient é um estilo extremamente difícil. Tanto para quem toca quanto para quem ouve. A melhor forma de classificar o estilo seria dizer que é uma mistura de doom metal com a “aura” obscura do black metal e fortes doses de trilha sonora de ficção científica com terror. Vê-se que não é para qualquer um!

 

Quantum of abstract physics
Split com as bandas Leben Ohne Licht Kollektiv / Immemorial
Gravadora: Frozen Wing Records, Le Crépuscule du Soir productions e Cold Dark Matter Records
01. Leben Ohne Licht Kollektiv – The dust is eternal
02. Leben Ohne Licht Kollektiv – Behind the walls
03. Leben Ohne Licht Kollektiv – Horizon
04. Leben Ohne Licht Kollektiv – Dreams injection
05. Immemorial – The downfall of astral radiance

 

Ouça os 10 primeiros minutos da faixa The downfall of astral radiance, do Immemorial

Porão do Rock 2012: maratona da música pesada em Brasília

Posted by Redação Mondo Metal On September - 19 - 2012 ADD COMMENTS

 

Gabriel Fonseca, especial para o Mondo Metal

 

Sexta, 07 de Setembro de 2012, um dia para ver o desfile na capital tupiniquim, mas a real é que seria o primeiro dia do Porão do Rock!

 

Noite quente, fila para comprar ingresso a módicos quinze reais (e mesmo assim era possível ver uma multidão de cambistas tentando vender seus ingressos antecipados ou 1kg de alimento não perecível como doação), um completo desleixo com a arrecadação de doações, muitos simplesmente não fizeram suas doações e ingressaram no ginásio Nilson Nelson sem problema algum. Mesmo com uma das revistas mais superficiais que eu já passei na vida, não percebi nenhum tipo de confusão, conflito, briga ou qualquer tumulto durante o evento. Crianças, adultos, jovens conviviam num ambiente completamente familiar, até comprar um churros ou saco de pipoca era possível. Uma boa distribuição de pontos de venda de bebidas tanto alcoólicas quanto não-alcoólicas proporcionava ao público uma zona de conforto inalcançável em muitos eventos pelo Brasil. Em geral a organização está de parabéns pelo festival. Se desconsideramos esses pequenos deslizes na entrada, todo o resto estava funcionando muito bem, inclusive a venda de tubos de ensaio de Jägermeister por várias duplas de meninas que circulavam por entre o público.

 

Motosierra: O que falar desses Uruguaios completamente malucos? Bom, primeiro que eles deveriam ser menos malucos (e quando digo eles, me refiro ao baixista Leonardo Bianco e o vocalista Marcos Fernández) e deixar mais a música falar por si só. Um ótimo show, com execução impecável. Com certeza marcou uma noite que ainda tinha muito mais a oferecer.

 

Slow Bleeding: Devido a um atraso nos palcos Uniceub e Chillie Beans, acabei perdendo esse show e vendo no lugar o show do – Trivium: Definitivamente um dos maiores shows da noite, com uma das maiores produções, melhor equalização de som etc. Gostaria de ainda estar nos meus quinze anos para poder aproveitar melhor esse show. Detalhe, não deixou nada a desejar se comparado aos shows realizados no Download Festival e Hellfest, ambas edições de 2012.

 

Raimundos: O único sentimento que eu poderia usar pra descrever o que os Brasilienses, vulgo Candangos, sentem por essa banda é amor. O público delirava a cada música e a cada memória que ia sendo criada por um momento tão único. A escolha de tocar um álbum inteiro em sequencia (Lavô Tá Novo) apenas deixou seus fãs mais felizes. Meu temor de que a banda ao vivo deixaria muito a desejar após a saída de seu vocalista Rodolfo morreu completamente. A banda se sustenta sem problemas, ta ok, rola um saudosismo do Rodolfo, mas só isso.

 

Red Fang: Finalmente a cereja do bolo guardado até o último momento no fundo do porão. Com uma qualidade do som muito superior aos outros shows, tanto na parte técnica do festival quanto pela execução da banda, a espera de uma noite inteira foi totalmente recompensada. O grupo norte americano mostrou o poder do Stoner Rock. Fizeram um show direto ao ponto, sem firulas, apenas tocaram um rock’n’roll de altíssima qualidade.

Sábado, 08 de Setembro de 2012, mesmo cansado da soma de viagem + primeiro dia de festival + acordar cedo pra tomar café da manhã, muita coisa ainda estava por vir no segundo dia de Porão do Rock!

 

Sepultura: O show poderia ser facilmente classificado em duas fases: Fase I – músicas do novo álbum (Kairos) e Fase II – Clássicos. O show seguiu uma linha muito bem definida e proporcionou um ótimo espetáculo tanto a fãs antigos quanto aos novos, que possivelmente estavam assistindo a apresentação pela primeira vez. Fiquei tão perplexo com o novo baterista da banda (Eloy Casagrande) que me esqueci de prestar atenção no resto da banda. Durante as várias alterações de integrantes, nenhuma foi, pra mim, tão fácil de assimilar como a saída de Jean Dolabella e entrada de Eloy.

 

Optical Faze:  Apesar de nova, a banda Brasiliense apresentou um som bem trabalhado e executado. A única ressalva é: não sei exatamente se é necessário um teclado no grupo.

 

Gaz Coombes: Apesar de não apresentarem uma presença de palco vibrante, o bom rock classudo inglês do grupo provou mais uma vez que a organização fez ótimas escolhas de bandas internacionais para enriquecer a qualidade do festival.

 

Kyuss Lives!: Infelizmente o cansaço e a perspectiva de muitas horas de estrada do dia seguinte me fizeram manter apenas as lembranças da performance executada no Download Festival 2012, mas acredito que tenha sido um ótimo espetáculo.

 

Em resumo, PDR com certeza é um dos poucos festivais nacionais que eu pretendo manter na minha lista anual. Muitas outras apresentações ocorreram durante os dois dias para vários públicos diferentes e foram omitidas nesse texto.

Belo Horizonte assiste a devastação sonora no Setembro Negro

Posted by Redação Mondo Metal On September - 16 - 2012 1 COMMENT

 

Oswaldo Diniz

 

Belo Horizonte orgulhosamente foi palco de um evento que é realidade na cena extrema nacional há mais de uma década. A edição 2012 do Setembro Negro aconteceu no Music Hall e trouxe novamente os noruegueses do Gorgoroth, acompanhados pelos compatriotas do Keep of Kalessin. Como headliner, a lenda norte-americana do death metal, Autopsy, pela primeira vez em paragens tupiniquins.

 

A data escolhida, sete de setembro, historicamente falando, é marcada pelo grito da independência brasileira, no ano de 1822. Grande merda, quem já leu algo sobre o assunto, sabe que o Brasil, a partir dali, mesmo sem o jugo de Portugal, continuou com os mesmos problemas sociais. A única classe favorecida foi a elite agrária, que limpava diuturnamente as bolas de Dom Pedro I. Nada muito diferente do que acontece até hoje, guardadas as devidas proporções. Vivendo neste país de gritos, pseudo libertações e mensalões, é muito bom saber que existem pessoas alheias a toda essa cafajestagem e com olhares para a música. Extrema, de preferência. Enquanto muitos resolveram aproveitar o feriado prolongado para refestelarem-se alhures, 287 headbangers optaram pelo apoio ao underground. All hail…

 

Para abrir a noite, nada mais justo que a banda menos conhecida do evento. Thebon (vocal), Obsidian Claw (guitarra), Wizziac (baixo) e Vyl (bateria) compõem o Keep of Kalessin. Apesar de muitos bangers ainda do lado de fora, o quarteto não quis saber e tocou como se estivesse em um Wacken da vida. Muita empolgação que compensou um som meio… cansativo. Diria que um meio termo entre o Dimmu Borgir (pós Stormblast) e o enfadonho Children of Bodom. Black/death metal melódico, sei lá. Mas não quer dizer que seja ruim, algumas músicas soaram bem interessantes, como The Divine Land e Awakening. Apesar de quatro músicos em cena, um teclado acompanhava a apresentação constantemente. Mágica? Não, playback do instrumento mesmo…

 

 

Hora de uma das bandas mais badaladas do momento no cenário underground mundial. E não pela música, mas pelos bastidores. Desde quando o vocalista Gaahl saiu, em 2007, para viver livremente sua homossexualidade, o Gorgoroth nunca mais foi o mesmo. Processo judicial, trocas de farpas, saída de outro membro relevante (King ov Hell) e apenas um disco de inéditas lançado desde então. Para piorar, Pest, o substituto do grandão ré-no-quibe, também deu piti na Europa e não quis viajar para esta turnê.
O cara simplesmente afirmou que cantar na América Latina não fazia parte das prioridades dele. Levou um infernal pé na bunda, claro. Para seu lugar na tour, Hoest, do Taake, foi convocado. O que poderia manter a aura gay da apresentação, já que também seria uma pessoa com atração pelo mesmo sexo. Basta checar na internet e procurar o beijo assaz caliente em que ele e Niklas, do Shining, trocam em pleno palco.

 

Quem leu até aqui deve imaginar o quão preconceituoso este escriba é. Longe disso. O grande lance é que Hoest, Sture Woldmo (baixo), Tomas Asklund (bateria) Infernus e Fabio Zperandio (guitarras) estavam cagando e andando para qualquer demonstração de intolerância descerebrada. A meu ver, os noruegueses fizeram sua melhor apresentação na cidade – a terceira, até aqui. Após a – clichê – Marcha Fúnebre, Bergtrollets Hevn inicia a blasfêmia. Desde o começo, Hoest demonstrou ser uma peça sobressalente valiosa. Seu timbre, mais desesperado e caótico do que de seus antecessores, deu nova roupagem às músicas. A maquiagem, estilo “Evil Dead”, também ajudou a compor o personagem.

 

Set list bem escolhido, não faltaram pedradas e gritos de ordem para o Tinhoso. Fábio,  guitarrista brasileiro que já tocou no Ophiolatry, mandou bem nas seis cordas, com solos bem executados e muito headbanging. Bem como o outro careca, Woldmo, que estuprou o baixo como se ele fosse uma freira. Infernus, já há um bom tempo no posto de “dono” da banda, segura os riffs como se fossem as correntes de Cerberus, prontas para arrebentarem-se e abrirem os portões do inferno na Terra. Metáforas à parte, os caras tocaram demais, um show excelente. O grande destaque vai para Profetens Apenbaring e novamente para os vocais de Hoest. Black metal sem canto épico fica meio repetitivo. E essa peróla mostrou como o pai do Taake é foda quando o assunto é cantar, oscilando entre o gutural e o clean com extrema maestria.

 

Mas, como nem tudo são cruzes invertidas, fica um ponto negativo. Tudo bem, os músicos são europeus, frios por natureza. Tem também a ideia de que black metaller não pode demonstrar sentimento. Ora, educação não entra nesse quesito. Ao fim do show, os caras não dissseram nada, nem agradeceram, despediram, nada. Apenas saíram do palco. Quantas hordas da música extrema tocaram aqui, brincaram com o público, ou, pelo menos, saudaram a plateia, e não saíram “menores” por isso? Pelo menos um “boa noite BH, valeu!” deveria ter sido dito. Na minha opinião, descaso ou desrespeito com a audiência, que deu moral pra cacete durante todo o show.

 

Mas ainda havia mais uma banda para castigar o pescoço dos mineiros. E esta era especial, após 25 anos de existência, os gringos do Autopsy visitavam o Brasil pela primeira vez. Chris Reifert (vocal, bateria), Eric Cutler (guitarra, vocal) Danny Coralles (guitarra) e Joe Allen (baixo) trouxeram, direto dos EUA, o melhor das estorinhas macabras de horror e morte, regado ao sangrento death metal. A abertura ficou por conta de Charred Remains, porrada que inaugura também o fantástico debut, Severed Survival. Clássico que, para a sorte de quem esteve presente, foi 70% executado, ou seja, sete pedradas. Apesar de todos estarem no fim da casa dos 40, a energia em palco foi impressionante. Pareciam moleques brincando de fazer barulho, muito bem feito, por sinal. Chris tem um jeito muito peculiar com as baquetas, tocando com os cotovelos próximos ao tronco, dando a sensação de esforço acima do comum. Sem falar que ele é o principal vocalista, responsável pelos urros, concomitantes às pancadas dadas em todo o kit. Em algumas músicas, Eric tomava as rédeas e dominava o microfone – talvez para dar um descanso ao baterista.

 

O rotundo Danny parecia um garotinho esguio, tamanha a sua empolgação em banguear por todo o palco, correndo e agitando sem parar. Acintosamente ou não, apenas uma música do último disco, Macabre Eternal, lançado em 2011, foi executada: Seeds of the Doomed. Vale ressaltar também que o som do Autopsy não é totalmente death metal. Lá nos idos anos de 1986/87 o estilo ainda ganhava corpo, sendo alimentado por ícones, como Celtic Frost e Possessed, surgidos anos antes. Mas o hardcore/punk norte-americano também trazia inspiração para o quarteto californiano. Como resultado, uma mistura entre a celeridade e momentos mais cadenciados, para depois voltar à quebradeira. Eu diria que o Autopsy, sim, é uma banda de death metal, mas, pelas influências, trilha um caminho entre o DM e o grind. Ou seja, bom de qualquer jeito. Com o hino Critical Madness, chegara ao fim mais um show histórico em Belo Horizonte. Diferentemente do Gorgoroth, todos os membros do Autopsy foram para o público após o show, tiraram trocentas fotos e conversaram com quem os entendia. Uma total demonstração de respeito com quem, de alguma forma, investe no trabalho que os músicos prestam. Parabéns a Tumba Produções pela realização de mais um Setembro Negro. Que venham outros, claro.

 

 

Set Lists

 

Keep of Kalessin

1 – Kolossus
2 – The Awakening
3 – Judgement
4 – Dragon Iconography
5 – Dark as Moonless Night
6 – The Divine Land
7 – The Wealth of Darkness
8 – Ascendant

 

Gorgoroth

1 – Bergtrollets Hevn
2 – Aneuthanasia
3 – Prayer
4 – Katharinas Bortgang
5 – Revelation of Doom
6 – Forces of Satan
7 – The Rite of Infernal Invocation
8 – Odeleggelse og Undergang/Blood Stains the Circle
9 – Destroyer/Incipit Jesus
10 – Krig
11 – Profetens Apenbaring
12 – Unchain My Heart

 

Autopsy

1 – Charred Remains
2 – In the Grip of Winter
3 – Severed Survival
4 – Pagan Saviour
5 – Embalmed
6 – Dead
7 – Voices
8 – Slaughterday
9 – Seeds of the Doomed
10 – Mauled to Death
11 – Gasping for Air
12 – Ridden With Disease
13 – Twisted Mess of Burnt Decay
14 – Critical Madness

Megadeth: Countdown To Extinction faz 20 anos e ganha edição de luxo

Posted by Redação Mondo Metal On September - 13 - 2012 ADD COMMENTS

 

 

Christiano Gomes

 

Um dos maiores álbuns da carreira do Megadeth, o clássico Countdown To Extinction, que comemora 20 anos de lançamento, vai ganhar em breve uma edição especial comemorativa. Dave Mustaine, em pessoa, coordenou os trabalhos da reedição que chega às prateleiras em novembro.

 

A nova versão ganhou um disco extra com 17 músicas retiradas do show da banda em 92 na cidade de San Francisco. O show, lançado parcialmente em outras edições dos álbuns da banda, ganhou nova mixagem para ser lançado na íntegra.

 

E para completar o pacotão comemorativo está sendo preparada uma turnê alusiva aos 20 anos do álbum com 18 datas pelos Estados Unidos, a “Countdown To Extinction 20th Anniversary Tour”. O giro será nos meses de novembro e dezembro.

 

Confira o track list do álbum:

 

CD 1

01. Skin O’ My Teeth
02. Symphony Of Destruction
03. Architecture Of Aggression
04. Foreclosure Of A Dream
05. Sweating Bullets
06. This Was My Life
07. Countdown To Extinction
08. High Speed Dirt
09. Psychotron
10. Captive Honour
11. Ashes In Your Mouth

 

CD 2 – Live At Cow Palace, 1992

01. Intro
02. Holy Wars…The Punishment Due
03. Skin O’ My Teeth
04. Wake Up Dead
05. Hangar 18
06. Countdown To Extinction
07. Foreclosure Of A Dream
08. This Was My Life
09. Lucretia
10. Sweating Bullets
11. In My Darkest Hour
12. The Conjuring
13. Tornado
14. Ashes In Your Mouth
15. Symphony Of Destruction
16. Peace Sells
17. Anarchy In the UK

Show do Scorpions em BH é adiado em cima da hora

Posted by Redação Mondo Metal On September - 10 - 2012 10 COMMENTS

 

João Renato Faria

 

Parece piada, mas não é. O aguardado show do Scorpions em BH, que aconteceria nesta segunda-feira, foi adiado. Um problema de logística fez com que os equipamentos da banda alemã não chegassem à tempo na capital mineira. Sim, isso mesmo. Os membros do grupo estão em solo brasileiro, mas nem uma mísera palheta chegou junto.

 

Agora, a apresentação vai ser no mesmo horário, 21h, só que na terça, dia 11. Isso se alguém que fez parte do absurdo desta segunda se dispor a baixar no Chevrolet Hall de novo, já que a apresentação foi adiada completamente em cima da hora, quando ficou evidente que estava acontecendo alguma presepada por parte da produção.

 

O público começou a perceber que havia algo estranho quando os portões do Chevrolet Hall continuaram fechados, mesmo com o horário do show se aproximando. Enquanto isso, a fila no Chevrolet Hall chegou a dar uma volta completa no quarteirão, já que todos os ingressos foram vendidos. Prevendo um tumulto, a PM chegou a fechar parte da Nossa Senhora do Carmo.

 

O Mondo Metal lamenta a situação e se solidariza com quem chegou cedo na fila e esperou por horas em pé até que uma notícia concreta chegasse. Quando finalmente o público da música pesada de BH dá um sinal de vida e se dispõe a pagar até R$ 260 em uma segunda-feira, é tratado como bobo. É uma pena.

 

 

[UPDATE]: O Chevrolet Hall divulgou uma nota oficial explicando o adiamento e também revelando detalhes sobre o reembolso do ingresso para quem não puder ir na nova data

 

Devido ao atraso no transporte dos equipamentos para o show da banda Scorpions em Belo Horizonte essa noite (10/9), a apresentação teve que ser transferida para amanhã (11/9).

Os ingressos adquiridos para o show valerão normalmente para amanhã, não sendo necessária a troca.

Caso o cliente não possa comparecer ao evento reagendado, poderá seguir os passos abaixo para reembolso:

1) Compras efetuadas em um canal presencial (Bilheteria ou ponto de venda):

a. Dirigir-se ao mesmo local onde a compra foi efetuada;
b. Apresentar o ingresso adquirido;
c. Caso a compra tenha sido efetuada em dinheiro ou cartão de débito, o reembolso ocorrerá através de depósito bancário;
d. Para compras efetuadas com cartão de crédito, o valor será creditado na fatura do cartão utilizado na compra, em até 20 dias úteis.

2) Compras efetuadas em um canal não presencial (Internet e Call-center):

a. Enviar e-mail com os dados da compra para o e-mail sac@ticketsforfun.com.br, com o título “REEMBOLSO”;
b. O valor pago será creditado na fatura do cartão utilizado na compra, em até 20 dias úteis.

Os clientes que desejarem o reembolso podem solicitá-lo a partir de amanhã, dia 11 de setembro de 2012.

Mais informações: 4003-5588 (válido para todo o país). De segunda a sábado, das 9h às 21h.

Napalm Death lança split com o Converge

Posted by Redação Mondo Metal On September - 10 - 2012 1 COMMENT

 

Christiano Gomes

 

Quem nasce no grindcore, nele permanece dentro de todas as características típicas do estilo, seja de estética, de padrão de música ou mesmo de formatos de lançamento. Os reis do grindcore (e depois do death metal) estão de volta aos splits com o recém-lançado trabalho ao lado dos norte-americanos do Converge.

 

Trata-se de um álbum de 4 faixas, sendo 2 de cada banda. Os norte-americanos regravaram a clássica Wolverine Blues, dos suecos do Entombed e contam ainda com a original No Light Escapes. Do Napalm Death vieram as inéditas Will By Mouth e No Impediment To Triumph (Bhopal).

 

O compacto foi lançado por vias digitais e no tradicional vinil de 7 polegadas em várias cores. Com tiragem limitada e venda restrita a sites especializados, o álbum já nasce sendo raridade.

 

Leia a resenha:
Napalm Death/Converge: split matador!

Napalm Death/Converge: split matador!

Posted by Redação Mondo Metal On September - 10 - 2012 ADD COMMENTS

 

Holy shit!

 

Christiano Gomes

 

Quatro faixas e menos de oito minutos. Assim é o recém-lançado split que reuniu os reis do grindcore Napalm Death com os barulhentos norte-americanos do Converge.

 

O álbum abre com a curtíssima e inédita No Light Escapes, de apenas 50 segundos, do Converge. Gravada durante as sessões do novo álbum, No Light Escapes é um presente aos fãs da banda pelo ineditismo e pelo peso. Na sequência, a regravação de um clássico do death metal: Wolverine Blues, dos suecos do Entombed. A banda reuniu um time de convidados para a gravação da faixa, entre eles Tomas Lindberg, do At the Gates e Aaron Turner, do Isis. Não dá para negar que a faixa ficou muito boa.

 

Do lado do Napalm Death, entraram duas faixas inéditas: Will by Mouth e No Impediment to Triumph (Bhopal). A primeira é simplesmente de tirar o fôlego. Trata-se de uma obra prima da banda com Mark “Barney” Greenway berrando como nunca! Grindcore na essência! A segunda já não fica tanto dentro do estilo que consagrou a banda, mas é tão raivosa quanto a primeira. Definitivamente o Napam Death está em um grande momento (mas quando não esteve?).

 

Ouça as duas faixas do Napalm Death:

 

Entenda a nova forma de avaliação de reviews do Mondo Metal

Posted by Redação Mondo Metal On September - 10 - 2012 ADD COMMENTS

 

Christiano Gomes

 

Na semana passada o Mondo Metal mudou a forma de classificação de suas resenhas. As notas de 0 a 10 que sempre foram usadas em nossos reviews desde 2007, foram substituídas pelos M´s, de 0 a 5.

 

A mudança ocorre para facilitar não só para nós, do Mondo Metal, que passamos a ter apenas 6 notas para ser dadas, mas também para você, nosso leitor. A nova forma de classificação fica mais simples, fácil e, acima de tudo, mais “visual”. À partir de agora a nota vem sempre antes da resenha, para que você já saiba, mesmo antes de ler o texto, o que achamos sobre o álbum (livro ou DVD).

 

A quantidade de M´s dados passa a significar algo, que é o sentimento do Mondo Metal em relação ao que está sendo avaliado. Veja abaixo o que significa cada um dos M´s da nossa nova classificação:

 

Poser!

 

Metal Chambinho

 

Not the beast…

 

Head banging!

 

Holy shit!

 

Hell fucking yeah!!!

 

 

Para que você compreenda melhor as notas, vamos separá-las em 3 grupos:
* 3 a 5 M´s: O Mondo Metal recomenda! Tem nosso aval!
* 1 e 2: algo (ou muito) precisa mudar!
* 0: Desista, vá tocar pagode ou qualquer outra porcaria. Metal, definitivamente, não é a sua!

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