Saturday, November 23, 2024

Um pequeno desabafo

Posted by Redação Mondo Metal On August - 17 - 2012

 

Conrado Salazar, especial para o Mondo Metal*

 

Vai aqui um desabafo: seguidamente vejo pessoas em BH comentando que nenhum show internacional vem para a cidade, que não há espaço para isso na cidade. O mais engraçado, entretanto, é que essas mesmas pessoas nunca são vistas em show algum que rola por aqui. E eu sempre me questiono sobre o que acontece em BH. Acho que é uma discussão que vale ser levantada.

 

No último domingo, 12/8, mais uma vez, pude constatar isso. Show dos suecos do Marduk, uma das lendas vivas do black metal mundial, uma referência. Além disso, o show foi no Studio Bar, uma das casas mais legais e com melhor estrutura de BH, o ingresso num preço justo. E aí? Vazio! Com vazio quero dizer que não havia nem 400 pagantes.

 

Vale dizer o mesmo para outros shows que aconteceram na capital mineira: Mayhem, Obituary, Dark Funeral, dentre várias outras bandas de qualidade, com história e nome de peso no metal… Todos vazios.

 

Pessoas poderiam até me contradizer com o argumento de que são bandas de metal extremo, e essas não têm público. Mesmo que fosse essa a resposta, eu não concordaria. Belo Horizonte é, até hoje, reverenciada nacional e internacionalmente pela famosa cena de metal extremo dos anos 80 e 90, de onde nasceram grandes bandas como Sepultura, Sarcófago, Overdose, Chakal, The Mist, Witchhammer, Sex Trash, Holocausto, Sarcasmo, Divine Death, Patologic Noise. Para ilustrar isso, basta relembrarmos que, quando Silenoz, guitarrista do Dimmu Borgir, tocou em BH, em 2004, disse-se muito satisfeito por tocar na cidade que deu origem a uma das bandas que o influenciaram: Sarcófago. Chegou até mesmo a tocar com a camisa da banda liderada por Wagner Lamounier, como uma referência e homenagem. Isso sem contar inúmeras bandas estrangeiras que citam alguns desses mineiros em agradecimento nos seus CDs.

 

Mas não. Não é por ser metal extremo. Algumas das mesmas bandas de metal extremo que vieram aqui até meados da década passada tiveram shows bem cheios: Cannibal Corpse, Destruction e os próprios Marduk, Dark Funeral e Obituary aqui citados como shows vazios recentemente.

 

E não é apenas no metal extremo que isso ocorre. Basta lembrar o show do Whitesnake em 2008 no Marista Hall. Whitesnake, precisa dizer mais? Banda gigantesca, certo? Liderada por uma das mais bonitas e conhecidas vozes do rock’ n’ roll, por onde já passaram muitos membros com história. Banda que sempre figurou como das grandes do hard rock mundial. Pois bem, parece que em BH ela não é. O show estava MUITO vazio, e vazaram informações de que muitas cortesias foram distribuídas para que não se queimasse o filme dos organizadores com a banda.

 

E que tal Queensrych, uma das maiores referências do mundo no prog metal/metal melódico? Nem 300 pagantes.

 

E fica a pergunta: o que ocorre? Bandas consagradas, de renome, e os shows mantêm-se religiosamente vazios. Isso deixa produtores inseguros quanto a trazer shows, pois nunca se sabe o que esperar do público. Perdemos por duas vezes a chance de ter um Black Label Society na cidade. Perdemos a chance de o Dimmu Borgir voltar. Talvez tenhamos perdido a chance de ver um Immortal ou um Satyricon quando eles passaram pela primeira vez no Brasil, no ano passado.

 

Quando olhamos mais a fundo, vemos outra faceta desse problema, esta muito triste: a galera de BH vai a inúmeros shows de bandas cover, apoiando esse cenário. Não falo isso em tom de crítica às bandas. É muito legal tocar cover de clássicos do rock em geral. Não à toa até bandas consagradas fazem isso. Muito menos falo em tom de crítica às casas e seus proprietários. Estes apenas perceberam um nicho de mercado e estão fazendo o seu papel. Eu faço uma crítica ao público da cidade, que não apoia em quase NADA as bandas daqui ou as que vêm aqui.

 

O que se percebe é que a galera anda cada vez menos exigente em relação a música. O reflexo disso são as bandas cover de BH. Nem todas têm uma qualidade técnica legal. Aliás, muitas são deficitárias demais. Fora isso, há a questão dos repertórios executados: contam-se nos dedos quantas têm uma proposta diferente, legal, inovadora, que não esteja focada nas músicas de sempre. Detalhe interessante é que os shows dessas bandas também quase nunca enchem.

 

Cada vez mais surgem bandas cover tocando repertórios parecidos já que, como o público não conhece nada de nada, fica difícil fugir do lugar comum e manter audiência. Tocar um cover que não seja lado A significa correr o risco de simplesmente ninguém prestar mais atenção ao seu show. Para a minha geração, era difícil até conhecer bandas novas. Vale lembrar que minha geração é a das fitinhas K7. A galera queria conhecer a banda, os projetos solo dos integrantes, queria ter as demo-tapes. Era muito comum nos reunirmos em casa de amigos para escutar o novo lançamento de uma grande banda ou o de uma nova banda. Era muito comum gravar fitinhas para todos os amigos com essas novas bandas ou lançamentos… Na verdade, muito difícil era arrumar um som novo. E, com isso, criava-se, dessa forma, certa cumplicidade entre os fãs, o que contribuía para o comparecimento de um grande público aos eventos que aconteciam na cidade. Talvez essa fosse a força motriz do movimento.

 

O advento da internet trouxe ao mesmo tempo coisas boas e ruins para o cenário musical. Não falo apenas sob a ótica do músico, mas também sob a do público. Por um lado, a rede trouxe grandes benefícios: hoje, todos podemos divulgar nosso trabalho na net e ter fácil acesso a novos sons. Por outro lado, a impressão que se tem é que isso desestimulou as pessoas a buscar novas bandas. Está tudo muito simples e fácil, totalmente à mão, o que parece ter gerado um desinteresse.

 

Desinteresse, talvez essa seja a palavra correta. Parece que aquele orgulho que todo fã de rock’ n’ roll tem da música que escuta tornou-se apenas artigo para ser exposto por meio de fotos e/ou posts contrapondo metal e pagode, rock’ n’ roll e funk nos mundos virtuais – facebook, twitter, instagram. Não é mais aquele orgulho real, que contribui para fortalecer e apoiar as coisas boas do mundo do rock’ n’ roll. O interesse que as pessoas daqui parecem ter é o de fofocar “corajosamente”, de forma anônima, sobre a vida alheia, denegrindo o próximo por causa de alguma frustração pessoal ou, pior ainda, pelo único prazer da fofoca por maldade mesmo. Construir algo que é bom… nada!

 

E pensar que, nas tardes de domingo, um show com bandas locais no antigo ginásio do Clube Ginástico, ali na Afonso Pena, era assistido por quase 2 mil pessoas. Quem perde é a cena do rock’ n’ roll de BH, que continua ruindo e tornando-se uma pálida imagem do que foi outrora.

 

* Conrado Salazar é guitarrista da banda Hell Trucker

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11 Responses to “Um pequeno desabafo”

  1. Leonardo Reis says:

    Infelizmente em BH se uma banda já tocou dificilmente se tocar novamente o show terá bom público. Agora, minha nossa, Marduk de novo??? Obituary de novo???
    O preço dos ingressos também não é barato obrigando a maioria a falsificar documento para pagar meia entrada!!!

    Em São Paulo, Curitiba vão shows com bandas de nunca tocaram por aqui mas não sei o motivo para não aterrisarem em BH.

    Lá vem Gorgoroth de novo!!! Ai não tem bom público e depois falam mal da cena metal de BH.

  2. Conrado,

    Ter um artigo como o seu publicado no Mondo Metal é de imensa importância. Essa é uma discussão que precisa ser continuamente feita e precisa da opinião de todos.

  3. John Gabrich says:

    Sou obrigado a concordar com o Leonardo. A coisa tá ficando meio repetitiva. De todas as vezes que o Obituary tocou aqui, só deixei de ir em uma. De todas as vezes que o Marduk tocou aqui, só não fui nessa última. Há quanto tempo o Cannibal Corpse não toca aqui? Há quanto tempo o Behemoth tocou aqui? Foram excelentes shows e estavam relativamente cheios. Há quanto tempo o Chakal não toca aqui? O último show dele que tive notícias (e fui lá prestigiar) foi na Praça do Papa. Há quanto tempo o Concreto não toca numa casa de médio porte? A coisa anda muito estranha. O produtor não pode tomar prejuízo (sou obrigado a concordar), mas também não ajuda. Se bobear, ano que vem teremos novamente Marduk, Obituary, Gorgoroth, Krisiun, etc. São excelentes bandas, mas viraram figurinhas carimbadas aqui em BH. Há muitas outras bandas excelentes, tanto aqui quanto lá fora, mas é preciso o esforço dos produtores e do público. Sem essa parceria, não dá!

  4. Marcos Souza says:

    Realmente este tipo de discussão deve ser feita (principalmente mantendo o alto nível que a mesma foi proposta).

    Em minha opinião, deve-se discernir nostalgia e saudosismo de evolução natural do cenário musical – de qualquer grande cidade no mundo que encara os problemas da diversificação de atividades culturais como BH encara na última década!

    Alguém deve dizer neste momento: Ah, mas também valorizamos bandas novas! DISCORDO.

    Parece que Gorgoroth, Mayhem (o que sobrou dele), Marduk, Vader…tem shows garantidos em BH até as próximas três gerações!!

    Banda nova é Dying Fetus que encantou mais o público que o Obituary (headliner), Nile e In Flames que tocaram em uma casa de shows de Forró e Sertanejo em SP, Hatebreed e Black Label que sempre levam fãs de BH à SP.

    Enfim, culpo exclusivamente a concentração que existe em BH de produções artísticas voltadas para esse gênero que acredita que trazer Exhumer ou Tyr vai dar público maior que se unissem Korzus e Krisiun em uma noite.

    Trazer banda barata das Is. Faroe, Rússia e 5º dos Is. é fácil, quero ver trazer Unearthly, Violator, Confronto…bandas brasileiras que conquistaram público em BH.

    E, se lembrarmos bem, grandes bandas tiveram “grande” público em BH: Carcass, Possessed, Kreator + Exodus, Suicidal Tendencies, Brujeria, Motorhead…isso sem falar que Eminence e Chakal raramente tem suas apresentações vazias!

    Por fim, BH tem tido grandes shows internacionais à preços acima de 100 reais, este e outros fatores como fechamento do Lapa, Bar Brasil, 767 e descaso com o Music Hall devem ser levados em consideração.

    ps. muitas das bandas que mencionei passam longe do meu playlist!

  5. frederico says:

    Neguinho prefere gastar o valor do ingresso de um show foda em algum bar de playboy metido a roqueiro, ouvindo ac/dc cover. BH ta um pau no cu só.

  6. frederico says:

    ps: claro que eu tenho uma carteirinha falsificada.

  7. Baffo Neto says:

    Concordo em partes com o Marcos Sousa.
    Creio que o maior problema é cultural. A nova geração do Publico de Rock da capital mineira simplesmente não gasta dinheiro com musica underground ao vivo. Simples assim. Eu sou Tour Manager do Korzus. Tenha isto como ponto de partida: Tocamos com o Korzus em Boa Vista, capital de Roraima em um festival monstro que foi bombado, em Caruaru -PE, em outro show de casa abarrotada. Em Maceió – AL, em Belem, no Pará , também com surpreendente publico na casa mas não conseguimos um show se quer na capital mineira, nem que seja abrindo para alguém, porque quase ninguém que toca no Brasil passa por aí.

    Por um milagre e pela saturação de show em Sao Paulo, a Time4fun comprou o Chevrolet Hall e estaremos conseguindo levar o Scorpions ha BH. É o máximo que deu pra fazer e ainda assim porque ficaram com medo de fazer no rio de Janeiro.

    Não creio que o problema seja que o público não apoia a cena, creio que não haja cena local séria para ser apoiada e a imprensa, artistas e empresas relacionadas simplesmente não investem em BH porque ninguém gasta dinheiro com isso.

    Talvez a qualidade do underground seja precária demais e não incentive o público alvo a participar, talvez o saudosismo dos anos 80 e 90 acabou estigmatizando o Underground local, pois afinal, o público de hoje em dia NUNCA viu o Sepultura com o Max cantando, pois ele já saiu da banda em 1996, ha 16 anos atráz, idade esta do público atual que varia de 16 ha 26 anos e mesmo o cara de 26 anos de idade hoje só tinha 10 anos de idade em 1996 então, pra ele tudo isso é historia antiga que não vem ao caso e assim sendo, imagine as bandas mais antigas ainda, que nao levaram suas historias tao a diante.

    Ha artistas novos ? Há alguém aí com quem o público se identifique e tenha orgulho de apoiar ? Porque a culpa cai sempre no público e nunca nos artistas??? É como se o público teoricamente tivesse a obrigação de apoiar alguma coisa pelo simples fato de que esta coisa tem de existir. Será que o problema não é a falta de sintonia entre artistas, promotores locais e público ??? Não seria no mínimo falta de comunicação direta ? Já pararam para pensar que apesar de referencia historia, muitos artistas “legendários” simplesmente não interessam ha ninguém além dos que naquela época viveram ?

    Estamos em 2012. Qual foi o último artista mineiro a crescer de verdade tocando Rock ou metal? Vamos não nos ater a localidade então. Qual o ultimo artista brasileiro tocando rock ou metal que realmente cresceu de verdade? Conseguem pensar em algum nos últimos 10 anos que seja ? E nos últimos 15?

    O ultimo que eu me lembro foi o Raimundos em 1993. Depois disto, ninguém cresceu no mercado. Tocando rock, metal, death metal, Hardcore ou seja la o raio que for, ninguéeeeeeeem conseguiu porra nenhuma que fosse de fato significativo em termos de uma carreira no mercado do entretenimento dentro do Brasil, fortalecendo assim o underground, a cena” e enfim.

    Em BH nao faltam bandas. Vamos usar o Eminence de exemplo, que são uns caras que trabalham pra caralho, exemplos de organização … excelentes produções sonoras … enfim, no entanto, quando foi a ultima vez que tocaram em BH com casa cheia, mesmo pequena ? E em Sao Paulo ? E no Rio ?

    Aqui em Sao Paulo shows estão cheios frequentemente mesmo com os exorbitantes preços dos ingressos, mas mesmo assim, segue a cina de nao ter banda alguma local que enche uma casa respeitável, com a exceção do Project46, banda esta que esta conseguindo chamar a atenção do público de maneira genuína (banda excelente, fora do normal)e por isso enche seus shows locais. Mesmo assim, são casas underground e esperamos para ver o desenrolar da coisa daqui ha alguns anos.

    Do meu ponto de vista, mesmo que a culpa caia um pouco no colo de todos, o primeiro elo da corrente esta fraco demais, que são os novos artistas. Sem artista, sem bandas populares, não ha nada. Precisa-se dar um jeito de crescer bandas novas, com propostas musicais novas, com visual novo, com assuntos novos. São as bandas e somente elas que cativam o público. São as músicas. No centro de tudo isto esta a música. Ninguém para pra pensar que se precisa de grandes canções para ter um grande público. Ninguém é obrigado a gostar da música de ninguém só porque a banda trabalha que nem burros de carga para tal.

    Se a música não agrada, ou mesmo se agradasse, tivesse tudo para vingar, mas não chegar no ouvido de quem a consome, tudo esta perdido.

    Creio eu que está aí o “X” da questão.

  8. Mário Pescada says:

    Concordo com você Conrado e com os demais, mas há muitos fatores (ingresso encareceu muito, bandas repetidas, etc). Há shows que dá gosto ver o público, como o Marcos Souza citou (ST, Brujeria, etc.) mas tem outros como o Benediction, Misery Index, Exhumer e Dark Funeral que estavam as moscas. Público BH tem, tenho certeza disso, dá sim pra ter boa bilheteria no Music Hall (o próximo é Autopsy/Gorogorth, vamos ver). As vezes dá a impressão que boa parte do público fica esperando os grandes nomes para ir aos shows – Scorpions vai lotar, Judas lotou, Deep Purple lotou etc. – e deixam de ver ótimas bandas nacionais e estrangeiras.

  9. Daniel says:

    A facilidade de obter todo tipo de informação a qualquer momento e à um clique gera sim a famosa preguiça de levantar da cadeira e prestigiar um evento, principalmente os de bandas autorais (consagradas ou não), profissionais ou não. Pegando apenas o lado musical, principalmente voltado ao gênero rock-metal, estamos atravessando uma fase de transição, de aprendizado que à meu ver nos trará futuramente coisas positivas, como por exemplo dar valor ao artista, a melhora no jeito de se realizar um evento e principalmente o modo de agir do público (principalmente no ato de protestar e se fazer ouvir quanto aos altos preços cobrados, em um país de terceiro mundo que acha que é primeiro)!

    Pelo lado positivo que já está começando à se tornar evidente, é o fato de bandas de metal aqui do Brasil estão cada vez mais se profissionalizando, querendo fazer um material de qualidade, gravando com qualidade, fazendo bons clipes e por aí vai. Mas estamos só no ínicio desta fase ! Coisa que na Europa aconteceu já faz muito tempo estamos bem no começo.

    Enquanto houver público para pagar R$300,00 em um show no já monopolizador Chevrolet Hall (Tickets for fun), este abuso continuará ! Óbvio que sabemos que para realizar um evento de grande porte como alguns shows realizados lá é necessário muitas vezes um investimento de risco. Em show de médio porte estão sendo cobrados facilmente R$100,00.

    Vivemos então a famosa e clichê situação da faca de dois gumes : Deixar de ir aos shows que chegam até aqui como forma de protestar (o que no momento considero utopia) e com isso possa ocorrer a possibilidade de fazer com que BH volte à estaca zero, sem ter passagens de turnê de bandas que outrora nem se arriscariam mesmo vir até BH ou continuar dando “apoio” e indo à todos os eventos com medo de perder seu artista preferido e assim entupindo a fatura do cartão com dívidas e etc. ?

    Acredito que a solução para ambas as questões estão longe de se tornar evidentes (Pra falar a verdade talvez nem precisem ter uma solução específica), mas um grande passo que artistas, jornalistas e público formador de opinião podem dar em prol da evolução do cenário do rock-metal local é não somente olhar para o lado negativo da questão, mas também enxergar que estamos começando a engatinhar para algo realmente bom, que começou a ser construída nos anos 80. Mas é preciso sempre questionar e agir, para que a continuidade desta evolução seja progressiva e não fique estagnada demais como ficou no final dos anos 90 e inicio dos 2000!

    Uma hora ou outra, esta moda que explodiu dos bares de banda cover, do Circuito do Rock por exemplo voltará ao normal pois o que é apenas moda passa, já o que é verdadeiro continuará ! (Vide o bar Stonehenge)

    Estes argumentos acima são apenas uma migalha de todos os fatores desta transição que atravessamos no cenário não só musical de forma geral mas também humano. Podem e devem ser postos na mesa e amplamente debatidos. E sim, para haver a evolução do cenário estes debates têm que acontecer e logo depois colocados em prática em sua melhor forma, colocados em prática pelos produtores, bandas e o fator principal : o público !

  10. Alex says:

    A única coisa que bh tá enchendo são as ruas de carro , esqueçam o metal e o rock já eram aqui, saudade dos velhos tempos :( aonde existia uma pequena chama e esperança atualmente não rola nada só os mesmos lugares as mesmas pessoas um esquema só, a galera mais nova fica desanimada daí parte para outro estilo musical infelizmente , agora nego reclamando de preço de ingresso pelo amor né! trazer bandas de porte ou que venham de outro país geram custos, ninguém vem de graça né? ainda por cima os produtores tem que lucrar o deles pagar o local do show o staff da casa , hospedagem dos musicos etc etc agora tem nego que acha caro! parecem que vivem dentro de uma bolha haha não entendem que se vive em um mundo movimentado pelo dinheiro,agora é um cumulo do absurdo um from hell da vida reclamar de preço de ingresso de show e mesmo assim gastar com pinga e cerveja antes do show assim não dá né será que todo rockeiro ou headbanger é quebrado ou fudido da vida??? O que nos resta é viver de cover em lugares pífos e ver a playboyzada curtindo rock em bares de rock (não vou citar nomes) fazendo chifrinho com os dedos pagando de rockeiro blagrhhhh! isso tudo me irrita , essa roça iluminada nunca vai mudar se tivesse condições iria morar em sampa lá sim a cisa é diferente !

  11. Lau says:

    BH precisa urgente de refazer o movimento que tinha na época da Cogumelo, quando era uma gravadora que lançava bandas e que movimentava a cena na cidade. A loja da Cogumelo era um ponto de encontro, um local de troca de material, de ideias e “movimentações” culturais. “Todo mundo” ia no show de “todo mundo” porque havia um movimento forte que cresceu de forma amadora, mas se estabeleceu. Acredito piamente que a melhor forma de se criar um movimento nos dias de hoje é através de uma rádio especializada. Mas não estou dizendo uma rádio de internet que toca rock, mas sem pessoas por trás…estou dizendo de uma rádio padrão que tenha comunicadores que entendem de rock, que tenha programas especializados em estilos, que trazem coisas novas, que toque musica de bandas da cidade e que promova shows…Quer um exemplo? O Dream Theater vem tocar em BH e o produtor anuncia o show na 98 FM….é duro…o camarada não tem um canal de mídia especializada para divulgar um show de rock em BH!!!! Quando eu tinha 18 anos, tinha uma banda que estava no início. Na liberdade FM tinha um programa de rock cujo apresentador era o Adriano Falabella (aquele mesmo do programa Auto Falante na Rede Minas). Conseguimos ir no programa e sermos entrevistados por ele, que tocou nossa demo ao vivo. Era um Domingo e no mesmo dia íamos fazer um show numa praça em BH. Após tocarmos a demo no programa, tivemos a surpresa de 02 horas depois a praça ficar lotada de bangers…daí percebemos a força que um canal especializado de comunicação tem. A Cogumelo naquela época, sem querer, virou um canal especializado, por isso deu certo. O problema é que ter o direito de radio difusão no Brasil é pra quem tem muita grana e influencia (vide o monte de radios religiosas). Mas é possível montar uma rádio na internet “viva”, com programação e promovendo a cena local. As bandas estão cada vez mais profissionais…o que está em volta dela (promotores, gravadoras, etc.) cada vez mais amadores. O famoso “tocar de graça para divulgar o seu trabalho” continua matando os novos talentos. Um forte canal de comunicação especializado tem o poder de promover, unir pessoas com gostos afins e fazer anonimos ficarem conhecidos…daí voces verão lugares de shows ficarem cheios. Abraços, Lau.

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