Nesta segunda edição do The good, the bad and the ugly, coluna onde convidamos um músico do cenário nacional para comentar sobre seus álbuns favoritos (e outros nem tanto) teremos o depoimento de Manu Joker, ex-baterista do Sarcófago e atual vocalista do Uganga. A banda mineira com cinco álbuns na bagagem e duas turnês pela Europa, vem crescendo ano após ano e se consolidando no cenário nacional. O álbum mais recente, Opressor, foi lançado no apagar das luzes de 2014.
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Review: Opressor, Uganga
Vamos saber então quais são os álbuns que fizeram parte da vida e carreira de Manu Joker! Vamos lá!
Nome: Manu “Joker”
Instrumento: garganta
Banda: Uganga
THE GOOD
Banda: Black Sabbath
Álbum: Vol. 4 (1972)
Tudo que o Sabbath gravou nos primeiros anos pode ser definido como clássico e discos como “Master Of Reality” ou “Sabotage” também poderiam estar aqui, mas “Vol. 4” é imbatível! Se o metal já havia sido criado desde o primeiro disco dos caras, ele chegou ao seu ápice em faixas como “Cornucopia”, “Supernaut” ou “Under The Sun”. Ali tudo o que viria a ser feito no estilo até hoje estava moldado e cravado pra sempre na história da música pesada. Essencial pra se entender o estilo.
Banda: Motorhead
Álbum: Ace Of Spades (1980)
Mestres na fusão da crueza punk com a classe e o peso do heavy rock, Lemmy Kilmister, Philthy “Animal” Taylor e Fast Eddie Clarke são, na minha opinião, o melhor power trio da história. E olha que se formos pensar em outras formações como Rush, Cream ou Jimi Hendrix Experience, só pra citar algumas, não é pouca coisa! “Ace Of Spades” é forte, sujo, direto e carregado de personalidade. Um disco irretocável do começo ao fim e fonte de inspiração eterna para esse que vos escreve. Rock tem que ser perigoso!
Banda: Faith No More
Álbum: The Real Thing (1989)
Amo essa banda desde o primeiro instante que a ouvi! Estava gravando o “Rotting” do Sarcófago quando saiu esse petardo e pouco depois já era fã incondicional! Eu nunca fui um merda de um radical e já nessa época estava ligado em outros estilos além do metal extremo. Esse disco foi o pontapé inicial para descobrir outras bandas como Mordred, Scatterbrain ou Living Colour que souberam fundir peso e groove de forma magistral. Diria que a gênese do que viria a ser a sonoridade do Uganga foi moldada nessa época, unindo referências mais extremas com bandas mais experimentais e vanguardistas. Muito disso devemos com certeza a esses cinco loucos da Califórnia.
THE BAD
Banda: Guns ‘n’ Roses
Álbum: Use Your Illusion I e II (1991)
Sei que muitos vão me odiar por colocar esses quatro discos nessa lista, já que estou falando de dois discos duplos (tenho ambos em vinil), mas foda-se! (risos) A mesma banda que lançou o magistral “Appetite for Destruction” soltar um material tão fraco como esse, com algumas músicas passáveis, admito, e muitas totalmente descartáveis, é de ranger os dentes até dar bruxismo (risos). Muita pompa, o chato do Axl pensando que era o Elton John e pouco depois disso o hiato de mais de 20 anos… Pra voltar como uma banda cover!? Merece ou não merece estar aqui? Fuck!
THE UGLY
Álbum: Warfare Noise III (1990)
Eu poderia citar uma infinidade de álbuns gravados por bandas fascistas/nazistas, poderia citar algumas dessas bandas emo travestidas de metal extremo que rolam por aí hoje em dia ou até álbuns tão mal produzidos que fica impossível saber o que está sendo tocado, mas fico com o “Warfare Noise 3” da Cogumelo por uma única razão: a queda de qualidade brutal entre a primeira e a terceira edição. Creio que até havia boas idéias ali, mas ainda não estavam prontas pra algo tão importante quanto essa coletânea. Pra mim foi decepcionante e marcou o fim de uma era, porém trata-se da minha visão particular e nada mais além disso. (risos)
Concorda com as escolhas do Manu “Joker”? Deixe seu comentário! E fique ligado porque o The good, the bad and the ugly vai sempre trazer as opiniões de quem faz a música pesada!