Três anos após o lançamento do bem sucedido Alive and Rotting, os mineiros do Necrobiotic estão de volta com Death Metal Machine, álbum que celebra os 20 anos de carreira do grupo. O desafio de superar o álbum anterior fez com que o quarteto explorasse ainda mais as variantes do Death Metal e o que se vê é uma banda muito mais à vontade e com muito mais liberdade de criação.
Death Metal Machine apresenta 11 novas faixas, sendo cinco em português (talvez a grande ousadia do lançamento). Na abertura a monumental Necrometallurgy, uma “quase” instrumental muito forte e pesada que dá a tônica do que está por vir. Logo após, três faixas em sequência cantadas na língua pátria. O que soaria muito estranho anos atrás, hoje em dia não faz diferença e a música pesada mostra cada vez mais que pode ser cantada em português. Manobra P.I.T. faz a linha tradicional do Death Metal alternando momentos rápidos e cadenciados. Destaque para o excelente baixo de Fabrício Franco. Depois, Apenas um Primata, com começo lento se aproximando do Doom Metal. Bastante cadenciada e feita para bater cabeça, Sede de Poder é um dos destaques do álbum. Satisfy my Agony é uma pancadaria que começa a 200km por hora, com as batidas rápidas e competentes do baterista Broka. A faixa-título parece ser a síntese do álbum com grande variação de rítmos e velocidade. Aos primeiros acordes de Biological Pleasure você, sem perceber, já estará batendo cabeça. Bumbos duplos, palhetadas e grandes riffs marcam a faixa. Da batida de cabeça, mais uma vez sem perceber, você automaticamente já terá aberto uma roda de mosh no meio da sua sala, de onde não sairá ao ouvir a rápida e muito pesada The Devil Lines.
Em sua reta final, quando já achava que tinha ouvido o que de melhor a banda poderia apresentar, eis que surge O Caminho e o Retorno, o ponto alto do álbum! As melhores palhetadas do disco foram reservadas para esta música que é de dar torcicolo! Talvez exista aqui – não sei – uma relação entre a faixa e a capa do álbum, pois as guitarras parecem simular o som do trem desenhado por Thulio Vasconcelos. Bela capa, por sinal! São quase oito minutos de muita bateção de cabeça! Pyroclasmic Rebirth é mais uma faixa com momentos de extrema velocidade intercalados com algo um pouco mais calmo, beirando novamente ao Doom. Raivosa, técnica e obscura, a música entra imediatamente no hall dos destaques do álbum, que nesse ponto já contabiliza pelo menos metade do track-list. Para encerrar o massacre sonoro, a grande “licença poética” do disco, a belíssima instrumental O vazio, faixa onde a banda explora de fato toda sua criatividade e alcance musical. Os fãs mais radicais certamente vão torcer o nariz com o que vão ouvir, mas a (boa) música agradece! E muito!
Criativo e pesado, Death Metal Machine está um passo à frente do seu antecessor Alive and Rotting. O quarteto ousou ao cantar Death Metal em português e ousou novamente ao explorar gêneros que não exatamente o Death Metal que sempre foi a linha mestre da banda fazendo um álbum que tem méritos e acertos muito grandes. A boa gravação poderia ter sido um pouco mais generosa com os sons da bateria que em alguns momentos soam um pouco secos, sem “brilho”. Mas este é um detalhe que não compromete o produto final.
A novo álbum do Necrobiotic é um lançamento triplo das gravadoras Misanthropic Records, Culto ao Metal e Songs for Satan. Por enquanto o lançamento fica restrito ao Brasil, mas tem tudo para seguir os passos do anterior e ser lançado na Europa. E que os fãs do Velho Continente possam ouvir a nova “patada” da banda mineira.
Necrobiotic
Death Metal Machine
Gravadora: Misanthropic Records, Culto ao Metal e Songs for Satan
01. Necrometallurgy
02. Manobra P.I.T.
03. Apenas um Primata
04. Sede de Poder
05. Satisfy my Agony
06. Death Metal Machine
07. Biological Pleasure
08. The Devil Lines
09. O Caminho & O Retorno
10. Pyroclasmic Rebirth
11. O Vazio
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