21/10/2016 – Music Hall, Belo Horizonte
Um calor infernal pairava sobre Belo Horizonte na noite do quinto e último show do Paradise Lost no Brasil. O calorão em plena sexta-feira pedia cerveja gelada e boa música. E boa música era garantia, afinal, a banda esperada por muitos é uma das maiores referências no seu estilo.
Infelizmente não pude conferir o show da banda de abertura, For Bella Spanka, mas pela recepção do público e comentários que ouvi ao entrar no Music Hall, a banda se saiu bem. Procurei pelo material deles e achei interessante o som, recomendo uma conferida a quem não conhece e gosta de um som mais puxado para o gótico.
Por falar em público, esse mais uma vez deixou de comparecer na proporção que a banda principal merecia. Não tive acesso a bilheteria, mas posso dizer que menos da metade da casa estava ocupada. O público presente estava disposto, cantou as músicas junto, vibrou com o a banda, mas poderia ter sido muito maior. Enfim…
Britânicos como são, pontualmente às 22:30 horas subia ao palco a grande atração da noite, Paradise Lost. Já começaram executando No Hope In Sight, do ótimo The Plague Within (cuja capa estampava o pano de fundo do palco). Depois Pity The Sadness (com o público cantando junto) e One Second foram suficientes para ter o público nas mãos. Nick Holmes, apesar do aspecto sempre sério, foi simpático com o público: brincou dizendo que já conhecia Belo Horizonte por causa do Sepultura, agradeceu a receptividade diversas vezes e chegou a chutar a bunda de um roadie que foi arrumar a bateria (o cara ficou sem entender nada).
Para agradar os fãs mais antigos, a dobradinha Dead Emotion com sua atmosfera carregada e As I Die, um dos maiores sucessos da banda.
Mais uma vez, era hora de voltar ao último lançamento da banda, agora para executar a pesada Return To The Sun. A banda soube equilibrar bem as músicas dos seus diversos discos, sempre voltando nas músicas do disco The Plague Within (2015). Deixaram de fora músicas de apenas quatro discos: Lost Paradise (1990), Host (1999), Believe In Nothing (2001) e Tragic Idol (2012).
Erased, apesar da rejeição de boa parte dos fãs que acusaram a banda de ter se tornado um Depeche Mode e depois The Enemy foram as próximas e cumpriram bem seus papeis, tendo seus refrãos cantados junto com a banda. Embers Fire, uma das mais esperadas pelo público, foi executada perfeitamente. A banda presenteou os fãs com uma performance impecável: Gregor Mackintosh e o simpático Aaron Aedy mandaram muito bem nas guitarras, Steve Edmondson manteve a harmonia no baixo e Adrian Erlandsson deu uma aula de bateria, com muita técnica e precisão.
Era hora de outra música antiga, Eternal (do disco Gothic, de 1991, só faltou mesmo a música tema, uma pena), abrindo caminho para a arrastadíssima e gutural Beneath Broken Earth. Fechando a primeira parte da noite, a “modernosa” Say Just Words.
Na volta para o generoso bis, mais quatro sons: a bela Enchantment, Faith Divides Us – Death Unites Us, An Eternity Of Lies e finalizando, The Last Time. Os caras foram britânicos até na hora de terminar o show: meia-noite em ponto! Valeu a pena esperar todos esses anos para ver os caras ao vivo, um show coeso e muito bem executado.
Paradise Lost em Belo Horizonte
Set list
01. No Hope In Sight
02. Pity The Sadness
03. One Second
04. Dead Emotion
05. As I Die
06. Return To The Sun
07. Erased
08. The Enemy
09. Embers Fire
10. Eternal
11. Beneath Broken Earth
12. Say Just Words
Bis
13. Enchantment
14. Faith Divides Us – Death Unites Us
15. An Eternity Of Lies
16. The Last Time