Christiano Gomes
Sábado, 29 de setembro de 2012. Uma noite gelada marcou o reencontro dos veteranos do Viper com o público mineiro, 18 anos depois da última apresentação da banda nos palcos da cidade. De um lado, um público ansioso por um grande show, na expectativa pelo retorno do grupo, após dois hiatos na carreira, o maior deles de oito anos. Do outro, 5 músicos que marcaram profundamente a história do heavy metal nacional e comemoravam os 25 anos de lançamento de seu primeiro álbum. Noite de festa e celebração? Bom, não exatamente…
A responsabilidade de aquecer o público presente para a atração principal da noite coube ao quarteto mineiro Pleiades e sua carismática vocalista Cynthia Mara. A banda acaba de lançar dois singles, fruto da recente premiação no festival Metal Meltdown. Com um set de covers e músicas próprias a banda cumpriu sua missão e deixou o público pronto para o show do Viper.
O que se viu a seguir foi uma sequência inacreditável de fatos que fizeram com que muitos fãs presentes ao Music Hall usassem das redes sociais para relatar sua insatisfação com o quinteto, principalmente com o baixista Pit Passarel que estaria totalmente alterado no palco causando grande constrangimento não só no público, mas também nos próprios integrantes da banda. O áudio da apresentação também foi alvo de críticas dos fãs.
Para entender melhor o que aconteceu na noite de comemoração dos 25 anos de lançamento do álbum Soldiers of Sunrise em Belo Horizonte, o Mondo Metal conversou com o público presente e também com a produção do show de uma forma clara para que você, nosso leitor, possa fazer a sua avaliação dos fatos. Para falar pelo público, selecionamos um fã que esteve no Music Hall. Foram feitas três perguntas para cada um deles, sendo duas exatamente iguais e uma última diferente, para que cada um colocasse seu ponto de vista. As conclusões você vai tirar à partir de agora.
Filipe Duarte, fã
Após o show, muitos fãs, entre eles você, relataram o descontentamento com a apresentação da banda, mais especificamente com relação à performance do baixista Pit Passarel. Gostaria que você relatasse o que viu.
Quando o show de BH foi anunciado, fiquei bastante feliz, pois já dava como certo que o show não viria para cá. Eu e minha esposa compramos ingressos logo que os mesmos foram colocados à venda. Mas o que vimos foi uma postura totalmente antiprofissional por parte do baixista Pit Passarell, que estava visivelmente embriagado, ou sob efeito de sabe-se lá o que. O músico mal se aguentava em pé e sua performance no palco era realmente muito fraca. Não condizendo com o que conhecemos dele, o cara que já foi frontman do Viper, gravou disco no Japão, que abriu pro Metallica em 93 para 30.000 pessoas, enfim. Vários trechos de várias músicas simplesmente não foram tocados no baixo. Como se tudo isso não bastasse, o show também esteve repleto de outros problemas técnicos. Dando a impressão de que a banda não deve ter passado som. Bom, lá pelas tantas, já no final do show, uma parte do público (eu incluso), resolveram “responder” ao Pit, por tudo que estava acontecendo, e entoaram o coro: Ei, Pit..Vai…tomar.. O mesmo reagiu da pior maneira possível, chamando aqueles que gritavam para subir no palco, para encará-lo. Enfim, uma cena deprimente, vindo de quem foi.
Então você constatou problemas técnicos no som durante o show?
Sim, houveram vários problemas técnicos durante o show. Para mim houve a clara impressão de que a banda não deve ter passado o som. O amplificador do Felipe Machado deu problemas no meio de uma música. No início do show, havia muita microfonia, vindas de todos os mics. André Mattos precisou interromper sua fala para pedir que consertassem o problema. Também num dado momento houve uma “queda de força” ou algo do tipo, pois vários amplificadores pararam de funcionar e depois voltaram. A voz do André eu também achei baixa de um modo geral.
Qual a imagem que fica da banda depois da apresentação do último fim de semana?
Bom, o Viper, sem sombra de dúvidas, não é o que já foi e pelo visto não vai voltar a ser. Não acho que este único show desmerece toda a história da banda e também não acho que os álbuns do Viper deixarão de ser clássicos só por causa disso. Até o Coma Rage, de 94, a banda praticamente só lançou clássicos na minha opinião. Mas infelizmente o Pit Passarell em si me deixa sim uma péssima impressão de um músico que não leva o seu trabalho e legado a sério.
Depois fomos procurar a Arizza Produções, responsável pela produção local, que também nos atendeu e respondeu nossas perguntas.
Francisco Penteado, produtor
Após a apresentação do Viper, no Music Hall no último sábado, muitas pessoas que estavam presentes relataram nas redes sociais seu descontentamento com a banda, mais especificamente com relação à performance do baixista Pit Passarel. O que de fato aconteceu?
Quando sou responsável pela produção de um evento, eu assisto pouco do mesmo. Neste show do Viper não foi diferente. Enquanto o show acontecia, era preciso checar diversos detalhes e principalmente cuidar do fechamento do caixa. Eu também me surpreendi quando vi o Pit agindo daquela forma. Então vou dar uma opinião do que acredito que possa ter acontecido. Após o show, quando a banda já estava no hotel, tive que dar uma passada por lá. Quando estava saindo, encontrei o Pit na rua fumando. Eram 5h45 da manhã. Ficamos conversando um bom tempo e pude perceber o quanto ele é uma pessoa culta e sensível. Ele estava extremamente feliz por estar em Belo Horizonte. Todos sabem que BH é considerada a capital do metal nacional e nosso público é um dos mais empolgados. Acredito que estes fatores aliado ao tempo que o Viper não se apresentava na cidade, mexeram com as emoções dele. Ele saiu com alguns amigos para comemorar o show da noite e acabou passando do seu limite, o que comprometeu sua performance, principalmente na segunda metade do show.
Também foram relatados problemas técnicos no som que teriam prejudicado a banda.
Houve um problema na mesa de som que atendia o som do palco. Isto fez com que não fosse salva a passagem de som do Viper. Este problema só foi descoberto quando a banda começou a tocar. Aí foi aquela correria para ajustar o som do palco com a banda tocando.
A produção do show chegou a pensar em algum momento em cancelar a apresentação da banda?
Não, pois ninguém sabia do estado do Pit até ele subir no palco.
Sem o calor das emoções e diante dos relatos do público e respostas da produção, o Mondo Metal deixa para você, nosso leitor, as conclusões sobre os acontecimentos da noite que marcou o reencontro dos fãs mineiros com a banda Viper. Mas não há como não lamentar a frustração do público que encarou uma noite fria de sábado para assistir e participar de uma celebração musical que acabou não acontecendo. Uma pena!
Confira um trecho do show do Music Hall (Intro + Living for the night)
gostei das respostas do Francisco Penteado. Mostra que o cara é realmente profissional .
Ja esse Felipe Duarte soh mostra o quanto infantil é….achei RIDICULA a atitude de entoar ”ei pit vai tomar no ..”.
e o pior foi ”O mesmo reagiu da pior maneira possível, chamando aqueles que gritavam para subir no palco, para encará-lo.”
COMO VOCE QUERIA QUE ELE REAGISSE?
ele tentou levar na brincadeira, o que foi a melhor atitude possivel a ser tomada.
por mais q ele estivesse alterado, isso nao justifica vaiarem um otimo musico, q estava la pra agradar o publico
o que me deixou triste e envergonhada foi a atitude do publico.
obs: o som estava realmente pessimo. (tava na grade e confirmo isso)
Ai ai..é impressionante como existe fã cego, que vai defender o ídolo, custe o que custar né… o cara pode subir no palco, fazer o que tiver afim, que será louvado a plaudido. Prezada Débora… vc chegou a ver o vídeo aí citado? Me desculpe, mas eu não paguei ingresso para ver Living for the NIght executada da maneira como foi. Se vc pagou..bom pra vc.
Vaiei sim..o Pit está num momento péssimo, nem era pra estar fazendo show, ele devia estar buscando tratamento, e o Viper devia estar fazendo estes shows com outro baixista. O sujeito subiu no palco totalmente sem condições, estragou uma noite que tinha tudo para ser linda, e deixou não só a mim, mas vários fãns muito frustrados. Se vc ficou satisfeita com o show parabéns por se contentar com tão pouco. E e pelo menos outros 200 que estavam no Music Hall, pensamos diferente.
Se ele é um ótimo músico como vc diz, por que executou as músicas desta forma, como vemos no vídeo e principalmente, como vimos pessoalmente, por mais de 2 horas? Sim, ele foi um ótimo músico… a 20 anos atrás, ele estava a frente do Víper por sinal..não sei se vc tem idade para lembrar disto. Mas estes dias se foram e agora ele é esta pessoa patética que subiu no palco do music Hall em BH semana passada.
AMADORISMO de todos, menos do público, que pagou ingresso para assistir essa palhaçada, deveriam devolver o dinheiro e implorar por desculpas. Aonde já se viu, ajustar o som com a banda no palco, e o pior é que, na hora do show e dos problemas, o produtor estava lá contando dinheiro…
O cara tomar todas entes do show, tudo bem, isso é rotina no rock, mas subir no palco e fazer o que ele fez, foi ridículo, queria ver se fosse em SP…
Os porres do Pit foram frequentes nessa turnê, basta ler as resenhas dos outros shows (interior de SP e Nordeste). Quanto ao áudio, nos últimos 3 shows que fui havia problemas no som, tem sido constante no Music Hall.