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Carcass: de volta à Londres “desintegrando vísceras”

Posted by Redação Mondo Metal On April - 1 - 2013

 

 

 Os leitores do Mondo Metal já viram o nome de Ale Grassi rondando nossas páginas. Resposável pelas versões em inglês do site, Ale Grassi estreia hoje escrevendo no Mondo Metal com uma resenha do show do Carcass, em Londres. Mais que presenciar a história do grind/splatter sendo escrita novamente, Ale confirmou a força da banda que está com disco novo pronto para invadir as lojas. Vamos à resenha!

 

Quarta-feira, 27 de Março de 2013. A primavera chega, mas o frio e o clima sombrio permanecem nos arredores da capital Inglesa. Parecia um prognóstico ao que a cidade estaria prestes a presenciar. Os veteranos do Carcass se apresentam na capital por três noites seguidas. E o melhor, com a possibilidade de um possível presente aos fãs: tocarem músicas de seu novo trabalho de estúdio, o “Surgical Steel”, que será lançado este ano. Ingressos na mão e Carcass destruindo no som do carro, partimos à famosa Camden Town.

 

A proposta inicial da banda era tomar conta da famosa casa de shows “The Underworld”, mas os fãs acabaram se encumbindo da tarefa. Quando chegamos, a fila de entrada já começava a virar a esquina. O frio castigava, mas não tanto quanto a ansiedade pelo início da pancadaria. As bandas de abertura não haviam sido anunciadas, o que nos deixou mais ansiosos, pois não sabíamos o quanto teríamos que esperar pelos mestres do Grindcore. Movimentação no palco e de repente a presença de um trio: Asomvel. Aos primeiros acordes percebe-se a influência de grandes nomes do metal como Motörhead e Venom. Um Rock & Roll fantástico com uma pegada forte que logo na primeira música nos fez “esquecer” a ansiedade da espera. Com um setlist poderoso e empolgante, os Ingleses do Asomvel deram conta do recado. E muito bem!

 

 

Nove horas no relógio e mais movimentação no palco. Hora de abrir caminho em direção a primeira fila e nos prepararmos para a podridão. Quinze minutos se passaram e o palco finalmente estava pronto. Luzes apagadas e gelo seco anunciaram que o bisturi estava pronto para a incisão. Em um clima fúnebre, os veteranos Jeff Walker e Bill Steer entraram em cena. Juntamente com eles, os novos recrutas Dan Wilding na bateria (Aborted, Trigger the Bloodshed) e Ben Ash na guitarra (Pig Iron, Desolation e Liquefied Skeleton). A essa altura o empurra empurra era grande, e bastaram poucas notas para os malditos do Carcass deixarem bem claro que estavam ali para desintegrar vísceras! Os bumbos e a metranca de Dan faziam tremer o peito, como se estivéssemos sendo dilacerados em uma autópsia. A guitarra pesada de Bill fazia sangrar os ouvidos, mas a melodia que também ecoava servia como um anestésico geral. Os grunhidos nervosos do Jeff se juntaram ao peso estremecedor de seu baixo e da guitarra incessante de Ben, fazendo então com que o recado da noite fosse dado. “Vamos dilacerar seus crânios”. Buried Dreams foi a primeira, provando que a carcaça pútrida estava mesmo de volta à vida. “Necroticism Descanting the Insalubrious” marcou presença constante, dividindo a noite com petardos do Heartwork e clássicos antigos como “Genital Grinder” e “Reek of Putrefaction”. A tão esperada surpresa da noite acabou não vindo. Os ingleses resolveram adiar a estréia de faixas de seu novo album, o que na verdade passou desapercebido, tamanha era a frenesia dos fãs perante o repertório da noite. Para o bis, ensaiaram um pot-pourri com a “Ruptured in Purulence” seguida da “Heartwork” na íntegra, fechando então uma noite devastadora que certamente deixou os ouvidos dos presentes gotejando secreçōes purulentas.

 

Confira abaixo o setlist da noite.

Buried Dreams
Incarnated Solvent Abuse
Carnal Forge
No Love Lost
Carneous Cacoffiny
Symposium of Sickness / Pedigree Butchery
Edge of Darkness / This Mortal Coil
Reek of Putrefaction
Keep on Rotting in the Free World
Rot ‘n’ Roll
Genital Grinder / Pyosisified (Rotten to the Gore)
Death Certificate
Exhume to Consume
Corporal Jigsore Quandary
The Sanguine Article
Ruptured in Purulence / Heartwork

 

Clique aqui e confira a banda ao vivo em Londres

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One Response to “Carcass: de volta à Londres “desintegrando vísceras””

  1. John Gabrich says:

    Carcass é foda e a intro de Ruptured está entre as melhores de bateria que já ouvi até hoje!

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