O Rio de Janeiro ficará marcado na memória dos norte-americanos do Cannibal Corpse por muito tempo. Essa parece ser a única certeza que se tem após a apresentação da banda na última quinta-feira (20) no Circo Voador. O aguardado show do grupo na capital fluminence foi manchado pela atuação desastrosa da polícia militar carioca que acompanhava as manifestações populares que aconteciam na cidade.
A região da Lapa, tradicional reduto boêmio da cidade onde está localizado o Circo Voador, local dos shows, foi um dos palcos de confronto entre manifestantes e polícia neste que já é considerado o maior protesto da história do país. Por uma infeliz coincidência as apresentações no Circo Voador começaram no exato momento em que uma “guerra” era travada nas ruas do bairro.
A aparente proteção que uma casa fechada (e isolada dos confrontos) proporcionaria as bandas e ao público foi quebrada quando explodiu a primeira bomba de gás lacrimogênio no interior do Circo Voador. Sylvia Sussekind, colaboradora do Mondo Metal que estava no show, relatou que pelo menos 3 bombas foram lançadas contra a casa de shows em uma demonstração de absurdo e inaceitável despreparo da polícia local. O show de abertura da banda Forceps chegou a ser interrompido.
Foto da ação policial tirada por um fã na porta do Circo Voador
As redes sociais mais uma vez serviram de arma na divulgação do que estava acontecendo nos arredores do Circo Voador. “Cannibal Corpse subirá ao palco, daqui a pouco, no RJ, com o pau comendo solto do lado de fora do Circo Voador. Esse é o clima death metal.”, relatou o fã Rodolfo Moraes pelo Twitter. Carlos Krisin, outro fã que estava no local, chegou a dizer que o show poderia ser cancelado: “Show do Cannibal Corpse no Rio no Circo voador ta pra ser cancelado, devido os protesto e da briga com a PM.” Apesar do clima de guerra civil com bombas e tiros ecoando no entorno do Circo Voador, o show seguiu e o quinteto norte-americano se apresentou normalmente.
O Cannibal Corpse encerra a turnê brasileira neste domingo, em São Paulo, e segue o giro sul-americano com apresentações na Argentina, Chile, Peru e Colômbia.
Que absurdo, imagina quantas pessoas poderiam ter sido feridas de forma grave, durante uma correria do público por causa do tumulto???