E vem da região Norte do Brasil um dos grandes nomes da música pesada nacional em 2014: A Red Nightmare. Com apenas quatro anos de estrada o quinteto da capital paraense lançou este ano seu primeiro álbum, uma pedrada Death Metal com pegada muito forte que, na avaliação do Mondo Metal, entra imediatamente no hall dos cinco melhores álbuns lançados no ano. Para conhecer um pouco mais da banda, do novo álbum e desvendar o cenário underground paraense o Mondo Metal conversou com o guitarrista Vinícius Carvalho. Confira a entrevista:
Mondo Metal – Antes de mais nada é um prazer para o Mondo Metal poder entrevistar o A Red Nightmare que é uma banda que nós gostamos muito. Ficamos muito impressionados com o primeiro álbum de vocês.
A Red Nightmare – Muito obrigado galera, o prazer é nosso de realizar essa entrevista. Muito obrigado por essa oportunidade. Muito obrigado pelo apoio e interesse em nossa música!
Mondo Metal – Antes de falar do álbum a gente gostaria de saber um pouco da história da banda, do caminho até chegar ao full-lenght. Vocês têm uma demo e um single não é isso?
A Red Nightmare – Isso mesmo, a banda existe desde 2010 e teve a demo lançada em 2011. Na época a formação da banda era bem diferente contando apenas com dois membros da formação atual (Igor e Luciano), após várias mudanças de integrantes chegamos à formação atual responsável pela gravação do debut. Os ex-membros da banda contribuíram bastante para algumas músicas desse álbum, principalmente Patrick Correa (ex-guitarrista) e José Lucas Neves (ex-vocalista) e sempre seremos gratos a eles por terem nos ajudado nessa caminhada.
Mondo Metal – Agora sim o debut da banda. Falem um pouco sobre a produção e gravação do álbum.
A Red Nightmare – Quando a nova formação da banda se consolidou já estávamos prestes a entrar no estúdio para gravar, e no caso do Leonan, faltando um mês para entregar as trilhas para serem mixadas, então como deu para perceber foi um trabalho feito sob pressão. Por sorte já tínhamos realizado várias pré-produções antes e identificado o que seria necessário melhorar, refazer ou criar (caso de algumas letras e detalhes) então conseguimos manter o foco onde era necessário e trabalhar incansavelmente até conseguirmos. Foram muitas madrugadas escrevendo, compondo, gravando vozes, backing vocals e editando, mas creio que o fruto de todo esse esforço e sacrifício não foi em vão, depois de finalizar tudo, entregamos as trilhas para a mixagem e masterização feitas pelo grande Adair Daufembach, que realizou um trabalho maravilhoso e deixou o disco com uma sonoridade fantástica. Acho que no fim das contas encarar esse grande desafio nos aproximou mais e serviu como um aprendizado para todos nós.
Mondo Metal – Vocês têm uma trilogia dentro do álbum, as três faixas A Red Nightmare Pt. I, II e III. Qual foi a inspiração para elas?
A Red Nightmare – Essas três faixas surgiram do próprio nome da banda e foram sendo criadas aos poucos. Fomos modificando os versos e a história até o último minuto, pois sempre surgiam novas ideias. As músicas falam basicamente sobre o ímpeto individual contra o comportamento massificado, através de um personagem que enfrenta uma série de mudanças de paradigma e se vê em conflito com os caminhos que vinha seguindo. Ao despertar a consciência, revela-se o sofrimento e a insanidade por trás da cortina do ego, que mantém as massas anestesiadas. O despertar torna-se o maior pesadelo.
Mondo Metal – Apesar de ser o primeiro trabalho de vocês, as críticas têm sido bastante positivas. Para nós, o álbum de estreia do A Red Nightmare é um dos 5 melhores do ano. Como vocês lidam com essas (boas) críticas?
A Red Nightmare – É sempre um grande prazer receber boas críticas pelo nosso trabalho porque sabemos o quanto ele exigiu de cada um de nós, isso nos motiva a seguir trabalhando com seriedade e compromisso, não apenas tomando nota dos fatores positivos, mas, também, identificando os pontos que podem ser melhorados e os erros cometidos ao longo do caminho, para que não se repitam. Temos plena consciência que existe uma longa estrada pela frente e precisamos estar sempre dispostos a aprender e melhorar, mantendo sempre a humildade para enxergar nossas próprias falhas e corrigi-las.
Mondo Metal – Essa boa aceitação do álbum já se refletiu em um número maior de shows da banda?
A Red Nightmare – Certamente ajudou bastante, ter um trabalho lançado ajuda muito para que conheçam o som da banda, se for feito com cuidado e dedicação melhor ainda, pois reflete a postura e nível de comprometimento do grupo. Temos recebido várias propostas de show com a repercussão do disco e agradecemos muito o apoio da mídia especializada e principalmente dos nossos fãs.
Mondo Metal – Muitas bandas pensam em fazer carreira fora do Brasil, mas são vários os obstáculos até lá. O que é mais importante para vocês, consolidar o nome da banda aqui dentro do país e partir mais tarde para o exterior como consequência natural do trabalho ou tentar o caminho inverso apostando na boa aceitação da música pesada nacional na Europa, principalmente, para depois trabalhar pesado no Brasil?
A Red Nightmare – Acho que o importante é apostar no possível. Todos nós estamos em fase de transição no âmbito profissional, alguns membros desempregados e outros voltando a trabalhar em áreas que não dizem respeito a música. A situação para quem trabalha com música autoral é extremamente difícil, e no Brasil aparenta ser ainda mais difícil. O plano que temos hoje, para ser o mais honesto possível com vocês, é simplesmente continuar trabalhando, sem se importar com o “cenário” que cresce mais ou o “estilo” mais popular, mas sim com aquilo que nos motiva artisticamente. Num panorama onde palavras como “contrato”, “backline” e “cachê” soam como uma grande ofensa, e é necessário equilibrar a segunda profissão para sustentar o que amamos e acreditamos, muitas vezes se torna difícil permanecer motivado, mas a cada conversa com o público e cada comentário positivo que recebemos dos blogs, revistas e zines, cresce de novo a força para seguir trabalhando com cada vez mais foco e energia.
Mondo Metal – De imediato vocês despontam como uma das referências máximas da música pesada paraense e isso desperta a nossa atenção para a cena underground de Belém. O que vocês podem nos falar sobre ela? Quais são as bandas que estão aparecendo por aí?
A Red Nightmare – A cena underground de Belém sempre teve grandes bandas desde o começo, e vem produzindo cada vez mais nos últimos tempos, temos bandas veteranas como “Delinquentes”, “Anubis”, “Warpath”, “Disgrace and Terror” e “Mitra” ainda em atividade e lançando novos álbuns matadores, e bandas novas sempre surgindo e conquistando cada vez mais espaço e respeito pelo Brasil. É uma cena extremamente rica e temos orgulho de fazer parte dela.
Mondo Metal – Com o álbum de estreia na bagagem, o que podemos esperar da banda aí pela frente? Quais são os próximos passos do A Red Nightmare?
A Red Nightmare – Temos novas composições a caminho e esperamos compartilhar alguma com vocês em breve, também vamos seguir promovendo o debut, fazendo shows e lançando novos vídeos para 2015.
Mondo Metal – Muito obrigado pelo tempo e pela entrevista. Antes de encerrar a gente quer dar mais uma vez os parabéns pelo grande álbum que vocês lançaram e deixar o espaço aberto para vocês mandarem uma mensagem aos nossos leitores. Valeu!
A Red Nightmare – Muito obrigado a toda a equipe do Mondo Metal por essa oportunidade, valeu Rodrigo Balan e Débora Brandão da Metal Media pelo grande apoio e hail a todos os leitores e a todos os nossos amigos, fãs e família. STAYRED!
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