Christiano Gomes
Agora é oficial: o Metal Open Air, megafestival de heavy metal, realizado em São Luis, Maranhão, que pretendia ser o maior evento do gênero da América Latina está oficialmente cancelado.
A produtora Negri Concerts, responsável pela organização do festival, anunciou na tarde deste domingo, através de sua co-produtora Lamparina Produções, o cancelamento definitivo do evento maranhense.
Leia a íntegra do comunicado:
A Lamparina Produções, relativamente ao cancelamento do terceiro dia do evento M.O.A., tem a esclarecer o seguinte:
A Lamparina Produções lamenta profundamente e anuncia o cancelamento do terceiro dia de shows do Metal Open Air. No entanto, afirma que os problemas causadores da interrupção do evento não são somente de sua responsabilidade.
As bandas todas – salvo as que cancelaram antecipadamente
e cujo cancelamento foi anunciado – estavam em São Luís; aquelas que deixaram de fazer o show o fizeram por iniciativa própria, apesar de terem recebido todas as condições exigidas, tais como som, iluminação, palco back line e camarins.
Cabia à Negri Concerts o contato, a contratação e a efetivação do pagamento de todas as bandas internacionais, exceto o Rock’n Roll All Stars. À Lamparina, no entanto cabia arcar financeiramente com essas contratações, que foi feito e pode ser comprovado através de documentos. Em relação à atração Rock’n Roll All Stars, seu cancelamento se deu em razão de divergências contratuais, como, por exemplo, a não vinda do ator Charlie Sheen e adicionais de custos não previstos em contrato.
Frize-se: as bandas estão pagas! As condições técnicas para a realização do evento foram todas disponibilizadas. As alegações de falta de segurança são falsas. Registre-se que o comportamento do público foi exemplar. Não houve, em qualquer momento, qualquer tipo de ameaça oriunda da plateia.
Como se disse, todos os contatos com as bandas eram por parte da Negri Concerts. Os representantes da Negri é que ordenaram ou orientaram as bandas a não realizar os shows. Todo o clima de terror que foi instaurado entre as bandas e os técnicos foi causado pela Negri, de onde partiu a ordem de não tocar.
Sobre a suposta agressão ao Sr. Felipe Negri, em nenhum momento isso aconteceu. Ele se recusou a colocar as bandas da noite de sábado, apesar de pagas. Além disso, quis retirar sua equipe técnica e se evadir do local. Foi sim exigida a sua presença e da respectiva equipe para a continuidade e segurança dos shows, em respeito ao público presente.
São Luís, 22 de abril de 2012
Lamenta-se que um festival desta proporção tenha sido feito com tamanho despreparo e descaso com o público e com as bandas anunciadas. É uma página manchada na história do metal nacional e que certamente ainda trará por muito tempo repercussões negativas para a música pesada brasileira. Quem perde? Todos! Toda a cadeia da música pesada brasileira que cresce, se profissionaliza e ganha respeito no Brasil e no exterior desde os tempos em que um outro megafestival abriu as portas do heavy metal brasileiro para o mundo e do heavy metal mundial para o Brasil, o Rock in Rio, em 1985. É triste e lamentável imaginar que um projeto megalomaníaco feito sem nenhum preparo ou estrutura, possa ter jogado no lixo o que se demorou quase 3 décadas para ser conquistado. Que cada personagem desta história fique com a parte que lhe cabe: as bandas, mais atenção e cuidado (sempre) ao se fechar um contrato; ao público, a sabedoria e a desconfiança com relação a megaeventos (quando a esmola é muita…), e aos organizadores do MOA, o Procon, a Justiça e a Neosaldina.
Assista ao protesto do Korzus no palco do MOA
Que mancada desses caras…que vergonha na gringa que vamos passar…deram um passo maior que as pernas, chamaram tudo quanto era banda. Deviam ter começado menor, 1 dia de festival, por exemplo. O Abril Pro Rock começou pequeno e hoje cresceu muito (RDP, Exodus e Brujeria tocaram lá, no mesmo dia!)