Thursday, November 21, 2024
Divulgação

Iggor e Max fazem uma extensa turnê de 11 datas pelo Brasil

 

 

 

Phoenix, Arizona, 13h38. Belo Horizonte, Minas Gerais, 17h38. Enquanto o frontman do Soulfly, Cavalera Conspiracy e Killer be Killed Max Cavalera aguardava o contato do Mondo Metal, nós terminávamos de conferir a lista de perguntas de uma entrevista acertada no dia anterior com a produção da banda. Regras simples, porém claras: nenhum assunto proibido, 15 minutos de conversa e fim de papo. Às 17h40, pontualmente, ligamos para a casa do vocalista e ele próprio nos atendeu. Com uma desafiadora lista de perguntas em mãos que insistia em ser maior que o tempo, partimos logo para a entrevista. Com o passar dos minutos e com o entrevistado muito à vontade lá se foram quase 25 minutos de (boa) conversa, tempo extendido provavelmente por ser a última entrevista do dia. No bate-papo franco e aberto, Max Cavalera falou sem rodeios sobre Sepultura e admitiu – pela primeira vez – que não pensa mais em tocar com seus antigos companheiros de banda. Também contou sobre a emoção de ter voltado à BH e reencontrado amigos como o ex-Sepultura Jairo Gedz ou o vocalista do Chakal Vladmir Korg e apontou novos projetos como o documentário sobre sua vida produzido pelo cineasta canadense Sam Dunn, autor, entre outros, de filmes como Metal: A Headbanger’s Journey, Global Metal e Iron Maiden’s Flight 666, sobre a histórica turnê do Iron Maiden em seu Boeing 757. Entre o deserto do Arizona e as montanhas de Minas, muita conversa rolou nesta entrevista exclusiva que você começa a conferir agora!

 

Mondo Metal: Antes de falar sobre banda, carreira e tudo mais, a gente quer falar um pouco sobre a sua cidade, Belo Horizonte

Max Cavalera: Opa! Legal, vamos lá.

 

Mondo Metal: Como foi a última vez que você esteve em BH depois de tanto tempo sem vir à cidade?
Max Cavalera: Foi uma loucura cara, uma loucura. Pena que foi muito rápido. Eu queria ter feito um monte de coisa, mas não deu tempo. A gente chegou na correria e já foi fazendo o show, encontrou algumas pessoas, eu dei umas entrevistas, foi bem legal mesmo. Mas eu não consegui mostrar a cidade pros meus filhos, que é uma coisa que eu queria fazer. Tem umas coisas muito legais em BH que eu queria ter mostrado para eles, mostrar de onde eu vim, onde eu cresci, onde eu toquei e tal. Por outro lado, tocar de novo em BH foi do caralho, foi muito bom voltar e poder rever alguns amigos né? Tipo o Jairo que tocou a Troops (of Doom) com a gente ou o Korg (do Chakal), foi muito bom mesmo. Mas agora vai ter show aí em BH de novo.

 

Porão do Rock

Max em ação no primeiro show da turnê, no Porão do Rock, em Brasília

 

Mondo Metal: Então não deu para matar a saudade do espaguete do Bolão, do Mate Couro, pão de queijo, essas coisas?
Max Cavalera: Não deu pra fazer nem metade. Vamos ver se desta vez dá pra fazer um pouco mais e se tiver um tempinho a mais vou tentar voltar em Santa Tereza. Eu vou com meus filhos de novo. O Igor tá vindo aí comigo e eu queria mostrar para ele um pouco mais de onde eu cresci. Tem um lance também que está para rolar: um documentário com o Sam Dunn, que fez o Global Metal. Ele quer fazer um filme com a minha história. Ele leu o livro My Bloody Roots, adorou e quer fazer um documentário. Se for rolar de verdade nós vamos passar pelo menos uma semana aí em BH filmando. Vai ser super legal porque vai dar pra dar uma geral mesmo. Mostrar tudo, mostrar o Santa Tereza, mostrar a Cogumelo, talvez achar até os lugares que a gente começou a tocar, o Barroliche,  também onde teve o Metal BH, no Santa Tereza. Então vamos ver se vai dar pra fazer esse filme. Espero que role, estamos tentando fazer. Se rolar vai ser no ano que vem. Então vamos ver se dá certo essa história.

 

Mondo Metal: E o Sam Dunn é um fã declarado do Sepultura…
Max Cavalera: Ele adora cara, ele adora. No primeiro Headbanger´s Journey que ele fez tem uma parte dedicada ao Sepultura. Ele falou que quando conheceu o Sepultura ele ficou nocauteado e não acreditou que era uma banda do Brasil. Ele fez uns filmes bem legais, fez do Iron Maiden, Alice Cooper então ele é um cineasta beleza, profissional. Se a gente fizer com ele vai ficar classe A.

 

Mondo Metal: Como tem sido sua vida com essa sequência de álbuns sendo gravados e lançados? Ano passado teve o Savages, do Soulfly, esse ano em menos de seis meses estão sendo lançados dois, o primeiro do Killer be Killed e o terceiro do Cavalera Conspiracy. Como é que você consegue conciliar gravação, show, família e tudo mais?
Max Cavalera: É um caos, mas é um caos organizado. Eu trabalho com a Gloria que é minha esposa e ela mantém a parte da burocracia. Essas coisas, ela que faz, e eu fico mais com a parte da música. Ela me dá um tempo e diz “você tem um mês para escrever as música novas para este disco”, então eu vou em casa, pego minha guitarra e trabalho o dia inteiro, faço som o dia inteiro, faço os riffs. É assim que eu trabalho, eu faço os riffs aqui em casa, levo para o estúdio e transformo isso em música. Para mim foi super legal ter feito o Killer be Killed. Eu adorei tocar com a galera do Mastodon, do The Dillinger Escape Plan, são uns caras legais, eu adoro a banda deles e fiquei bem honrado de fazer um projeto com eles. E saiu bem, muita gente gostou do Killer be Killed, foi muito bem recebido. Com o Cavalera Conspiracy, eu quis fazer um disco mais underground. Falei: “Pô Iggor, vamos gravar em uma casa aqui em Phoenix, é de um cara que gosta de metal”, então tem pôster de metal na casa inteira do cara. A gravação foi feita na casa de um fã de metal e isso aí foi muito legal para o clima do disco. Um amigo meu, John Gray, foi o engenheiro de som e eu produzi o disco. É o disco mais animal dos três do Cavalera. O Pandemonium é o que está mais porrada, está tudo rápido. Acho que vai detonar, acho que os fãs vão adorar esse disco porque é a coisa mais animal que eu e o Iggor fizemos em muito, muito tempo.

 

Porão do Rock

Cavalera Conspiracy no palco: única diferença no line-up do Soulfly é a bateria de Iggor Cavalera

 

Mondo Metal: E essa primeira música Bonzai Kamikazi ela já dá a tônica do disco né? Porradaria, pancadaria do começo ao fim.
Max Cavalera: Essa aí é até gravada na afinação de E que é a afinação antiga do Sepultura, do Beneath the Remains e do Arise. Depois o Sepultura começou a gravar mais em B, o Soulfly também é bastante em B que é mais baixo. A Bonzai Kamikazi é em E e eu achei super legal ter feito uma música nessa afinação pra voltar aos tempos Thrash mesmo e pelo que eu vi na Internet a galera pirou com essa música, mas tem muita coisa legal no disco, tem Scum, I, Barbarian, Cramunhão, a própria Pandemonium, que é a primeira música, é muito legal. Eu acho que o disco tá de fudê mesmo, muita gente vai gostar mesmo desse CD.

 

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Mondo Metal: Desde a sua saída do Sepultura em 1996, o assunto que está sempre presente em todas as suas entrevistas é a possibilidade de um retorno do Sepultura na formação clássica. Você já falou isso exaustivamente, o Sepultura por outro lado já falou também varias vezes, cansou de falar e negar qualquer possibilidade disso acontecer. Aí a gente te pergunta o seguinte: hoje, quase 20 anos depois você saiu da banda, com uma carreira mais que consolidada, turnês “intermináveis” pelo mundo inteiro, 9 álbuns do Soulfly, 3 do Cavalera Conspiracy e agora o do Killer be Killed, você ainda pensa nisso, você ainda acha que é possível um retorno daquela formação do Sepultura de 96?

Max Cavalera: Eu tava assistindo um vídeo do Circle Jerks, que é uma banda punk e o vocalista tava explicando que a banda nunca fez uma reunião porque ele achou que tem um lance meio sagrado, do jeito que as coisas eram que você não consegue refazer. Você vê umas reuniões que não são tão legais, não é o que você estava esperando. A gente não é mais as mesmas pessoas que a gente era nos anos 90, estamos mais velhos, é diferente. Olhando por esse lado é até legal que nunca rolou uma reunião. Tem um lado místico, quem viu, viu. Quem participou e presenciou o que a gente era naquela época, quem viu os shows… O resto dá para você ver no Youtube. É a mesma coisa que tentar fazer um disco novo. Eu nunca pensei em fazer um disco novo com o Sepultura. O que que eu ia fazer neste disco pra superar o Roots? Tem que ser uma coisa imensa! Então pra mim, hoje em dia, é até melhor que não role uma reunião. Eu queria fazer pelos fãs mesmo e até para os meus filhos que nunca viram ou não se lembram porque eram muito pequenos quando eu estava com o Sepultura. Eles sempre perguntam porque eles veem vídeos no Youtube. Para eles e para os fãs eu faria uma reunião. Mas se não rola, eu estou bem com o assunto, fica o lado mais místico, o lado mais cult. A banda era do caralho quando tinha a formação clássica, a gente era do caralho! Isso ninguém nunca vai poder colocar a mão, então é mais legal que não role a reunião.

 

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Mondo Metal: Então hoje a sua posição seria de que não rolasse a reunião para preservar aquele Sepultura de 96?

Max Cavalera: Para mim eu acho que é melhor, para manter o lance místico que a banda tinha. Seria melhor nem mexer nesse lance. É uma coisa meio sagrada. A gente tem que deixar como estava. Eu continuo fazendo o que eu to fazendo com o Soulfly, com o Cavalera, com o Killer be Killed e eles continuam fazendo o que eles estão fazendo, que não me interessa. A vida vai pra fente!

 

Porão do Rock

Bandeira do Brasil sempre presente nos palcos de Max Cavalera

 

Mondo Metal: Então vamos falar de Cavalera Conspiracy. Depois de tanto tempo na estrada, com tanta história, tanta bagagem, a gente queria saber como é voltar a tocar no Brasil em uma turnê tão grande como esta. É a maior turnê que vocês já fizeram, vão ser 11 shows. Como é voltar com o Iggor – está aí o núcleo fundador do Sepultura – e dentro dessa turnê tem Belo Horizonte que é onde tudo começou. Como é que é para você passar por tudo isso?

Max Cavalera: Super animado! Eu já estou com a mala pronta, eu vou viajar na sexta-feira (a entrevista foi dada na última quarta-feira, 27). Não vejo a hora de tocar em Brasília, no Porão do Rock, que é um festival, tem show em Manaus, em BH, Porto Alegre. Tem shows em lugares que têm 20 anos que as pessoas não veem o Iggor e eu tocando junto, a última vez que viram foi na época do Sepultura e vão ver de novo agora. Eu tô super empolgado. Super legal ter o Krisiun também abrindo bastante destes shows. É uma banda que eu gosto pra caramba, que eu respeito, acho que eles fazem um Death Metal de primeira. Os caras são foda, os irmãos são fera mesmo, super legal eles estarem na turnê. E pra mim é super emocionante voltar em BH. Vou até tentar ver se tem um tempinho na tarde do show para eu e o Iggor tentar visitar nossos primos e as tias lá em Santa Tereza. Vamos ver se rola isso aí.

 

Mondo Metal: E tem alguma surpresa no set-list? Tem uns boatos aí de que vocês poderiam tocar a íntegra de algum disco do Sepultura…

Max Cavalera: Vamos tentar fazer coisas que a gente não toca há muito tempo, tipo a Necromancer, que é do Bestial Devastation, da época em que começou tudo. Vai ser legal o pessoal ouvir ela hoje em dia com eu e o Iggor tocando. Eu gostaria também de fazer — mas ainda tenho que ver com o Iggor, tentar ensaiar —, algumas coisas inéditas do Nailbomb que a gente nunca tocou antes tipo Blind and Lost, ou então World of Shit. Tentar fazer um set-list mais diferente. Além disso vamos tocar também duas ou três músicas do disco novo, do Pandemonium. Não saiu ainda, mas vamos tocar pela primeira vez no Brasil. Vai ser o primeiro lugar que vai ouvir as coisas novas.

 

Mondo Metal: Ou seja, vai ser um set-list para fã nenhum botar defeito

Max Cavalera: É, vai ser para detonar mesmo!

 

Reprodução Instagram Mix Hell

Os irmãos Cavalera em ação no Festival Porão do Rock

 

Mondo Metal: A gente quer fazer um bate-bola rápido. Vamos falar algumas palavras e você define com o que vier à sua cabeça.
Max Cavalera: Vamos lá

 

- Brasil
- Raízes

 

- Estados Unidos
- Caos

 

- Gloria Cavalera
- Minha guerreira

 

- Sharon e Ozzy Osbourne
- Amigos de verdade

 

- Big Four do Brasil
- Plebe Rude, Dorsal Atlântica, Legião Urbana e Chico Science & Nação Zumbi

 

- Bobby Burns
- Quem?
- Bobby Burns, ex-baixista do Soulfly (gravou os álbuns Prophecy, Dark Ages, Conquer e Omen)
- Ahhhh… um sujeito estranho!

 

- Sepultura sem Max e Iggor é…
- Não é!

 

- Cavalera Conspiracy é mais Sepultura que o atual Sepultura?
- Eu deixo isso para os fãs falarem. Para mim eu acho que a gente tem o espírito do Sepultura, nos irmãos
- Você acha que isso não está presente neste Sepultura de hoje?
- Acho que não, tá faltando.

 

Mondo Metal: A gente quer te agradecer pela entrevista e pelo tempo. A gente deseja uma grande turnê para o Cavalera Conspiracy e em especial um ótimo show aqui em BH. O espaço é seu, gostaríamos que você convidasse os fãs para o show aqui de BH ou “Belô”, que foi como você se referiu à cidade na sua biografia.

Max Cavalera: Eu queria convidar todo mundo, a galera inteira. Ver Max e Iggor tocando juntos de novo, tocando os clássicos do metal e tudo que a gente gosta. Vai ser uma noite inesquecível. Vamos estar lá juntos pra bater cabeça juntos.

 

Ouça o agradecimento na voz de Max Cavalera

 

Na próxima segunda-feira (08) você ouve a entrevista completa e exclusiva de Max Cavalera ao Mondo Metal em um programa especial só com faixas gravadas pelo vocalista. Sepultura, Nailbomb, Soulfly, Cavalera Conspiracy e Killer be Killed em uma hora de música pesada e informação pela Rádio Mondo Metal!
Quando: segunda-feira, 08 de setembro
Onde: Rádio Mondo Metal (www.mondometal.com.br)
Horário: 23 horas

 

Em tempo: a turnê da banda começou no último domingo (31) em Brasília, no festival Porão do Rock, com o a dupla do Soulfly Marc Rizzo e Tony Campos completando o line-up dos irmãos Cavalera. O show de BH será no dia 13 de setembro, sábado.

 

Confira todas as datas da turnê brasileira:
31 de agosto – Brasília
2 de setembro – Fortaleza
4 de setembro – Manaus
5 de setembro – Belém
6 de setembro – Recife
7 de setembro – Salvador
10 de setembro – Curitiba
11 de setembro – Rio de Janeiro
12 de setembro – São Paulo
13 de setembro – Belo Horizonte
14 de setembro – Porto Alegre

 

Serviço:
Cavalera Conspiracy em Belo Horizonte
Dia: 13 de setembro de 2014
Horários: a partir das 20h00 – abertura dos portões
Bandas Convidadas: Project46 e Capadocia
Local: Music Hall (Avenida do Contorno, 3.239, Santa Efigênia)

Ingressos:
R$ 75,00 (estudante) e R$150,00 (inteira) – lote promocional à venda somente na loja 53 HC
Pista – 1° Lote R$ 80,00 (estudante) e R$ 160,00 (inteira)
Pista – 2° Lote R$ 100,00 (estudante) e R$ 200,00(inteira)
Camarote R$ 130,00 (estudante) e R$260,00 (inteira)
* Menores de 21 anos, apresentando RG, tem direito a meia entrada.

Vendas:
53HC Music Company (Rua Rio de Janeiro, 630, loja 53, Centro/BH – 3271-7237)
Pietá Tattoo (Rua Paraíba, 1441, Savassi, 3281-4441)

Internet: https://ticketbrasil.com.br/show/cavaleraconspiracy-mg/

Importante: Para a compra de ingressos para estudantes, aposentados e professores estaduais, os mesmos devem comparecer pessoalmente portando documento na bilheteria respectiva ao show ou nos pontos de venda. Esclarecemos que a venda de meia-entrada é direta, pessoal e intransferível e está condicionada ao comparecimento do titular da carteira estudantil no ato da compra e no dia do espetáculo, munido de documento que comprove condição prevista em lei.

Classificação etária: 16 anos (desacompanhados).
Menores dessa idade somente acompanhados dos pais ou responsáveis.

 

Max Cavalera convida para o show de Belo Horizonte

 

Assista a propaganda da Latin America Tour 2014

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