Aos primeiros acordes da bonita introdução Katharsis, a ideia que se tem é que algo muito bom está por vir. A faixa, calma e harmoniosa é o prelúdio do caos. Logo começa Disposable God e aí a pancadaria come solta!
Katharsis, o álbum, é apenas o segundo trabalho do Slasher, quinteto paulista de Itapira que tem apenas 6 anos de estrada. O álbum conta com a produção absolutamente genial de Tue Madisen que já trabalhou com bandas do calibre de Ektomorf, Dark Tranquility, Aborted, Sick of it All, Suicide Silence, Moonspell e, mais recentemente, com os mineiros do Eminence no álbum No Code.
Musicalmente falando, Katharsis vai muito além do que se poderia esperar de uma banda com uma discografia tão curta. Não tenho dúvida nenhuma – nem seria exagero dizer – que o disco é seríssimo candidato a melhor álbum do ano. Motivos? Fácil de enumerar! Acompanhe:
1. Belíssima produção
Tue Madisen é atualmente um dos melhores produtores do mundo. Seus trabalhos mais recentes são de um rigor técnico impressionante. O dinamarquês é exigente ao extremo e prima pela perfeição.
2. Músicos competentes
Nem só de produção vive uma banda. Um produtor bom melhora o som, mas não faz milagre! No caso do Slasher os músicos demonstram muita competência e segurança. Guitarra, baixo, bateria e também o vocal (excelente por sinal, lembrando muito Max Cavalera em alguns momentos) estão em perfeita harmonia, sem deslizes, erros ou exageros!
3. Músicas bem feitas
Sabe quando você ouve uma música e fala: “p**ra, que música f**a”? Traduzindo em bom – e claríssimo – português, é isso! As músicas são muito bem construídas. Os refrões, os riffs, tudo se encaixa muito bem.
4. Peso, muito peso
Katharsis é uma aula de Thrash Metal como há muito eu não ouvia. A banda tem influências que vão desde o Thrash Metal oitentista e suas inconfundíveis palhetadas até o Thrash mais moderno, compacto, estilo rolo compressor.
Destaques
São nove faixas (entre elas uma em português, “Jamais me entregar”, e um cover da antiga banda paulista Mosh, Suffocated) e entre elas alguns pontos altos que merecem sua atenção especial, começando pela já citada Katharsis, que abre o álbum no melhor estilo anos 90: um dedilhado calmo com uma aura de tranquilidade criando aos poucos um ambiente prestes a explodir, que, de fato, explode na faixa seguinte, Disposable God, uma pancadaria arrasa-quarteirão que dá vontade de sair batendo cabeça! A faixa mescla momentos absurdamente rápidos, de muita técnica e peso, com outros menos acelerados onde os riffs entram para preencher todos os espaços. Da roda de mosh ao headbanging, a faixa é para todos! Overcome, na sequência, segue a linha rolo compressor e também não dá tempo para respirar ou melhorar do torcicolo da música anterior. Ouça! All Covered in Blood, faixa que encerra o disco, com seus quase sete minutos, é ousada. Mais arrastada que as anteriores, a música têm vocais limpos mesclados aos guturais em uma mistura que acaba dando certo.
Katharsis chega para disputar o título de melhor álbum do ano e faz do Slasher um dos grandes representantes do Thrash Metal no Brasil!
Slasher
Álbum: Katharsis
Gravadora: Independente
01. Katharsis
02. Disposable God
03. Overcome
04. Final Day
05. Face The Facts
06. Jamais me Entregar
07. Hostile
08. Suffocated
09. All Covered In Blood
Confira o lyric video da faixa Hostile