Holy shit!
Já havia me avisado de antemão Eduardo Piloni, nosso correspondente europeu: “doomzão sujão daqueles…”. Com essa informação na cabeça fui mais que depressa conferir o segundo álbum do Pilgrim, II: Void Worship. E fiz sem imaginar direito o que me aguardava já que ainda não conhecia o som do duo de Rhode Island, nos Estados Unidos.
Os primeiros acordes não dizem muito sobre o grupo. O álbum abre com uma intro não muito convincente. Quase dois minutos de guitarras desconexas e sintetizadores que soam perdidos. Mas vamos lá, é apenas uma introdução. Logo depois… o caos! Wow! Doom Metal de verdade! Que maravilha! Ao chamado do chimbau de Krolg Splinterfist em Master´s Chamber, a banda começa a mostrar todo o seu potencial e justificar o elogio prévio. O grupo parece ser a síntese do Doom Metal: obscuro, arrastado, beirando ao minimalismo.
O peso das faixas desaceleradas lembram o espetacular Cathedral, de Lee Dorian, referência máxima do gênero. Mas ao contrário da banda do ex-Napalm Death, o Pilgrim não usa vocais guturais em suas músicas. O frontman The Wizard tem vocais limpos e, acredite, isso cai como uma luva no som do grupo que é muito mais sujo que a banda inglesa.
Krolg, Slayer of Men e The Wizard: a dupla responsável pelo Pilgrim
A saída do antigo baixista fez com que The Wizard acumulasse (além da guitarra e voz) as quatro cordas do grupo, dando ao frontman o controle total de composição e execução das músicas, ou seja, The Wizard é a cabeça pensante no Pilgrim, dele vem todo o direcionamento do grupo que tem chamado cada vez mais atenção no underground norte-americano.
O clima soturno, quase depressivo do álbum é quebrado poucas vezes. É o caso da ótima The Paladim, ligeiramente mais acelerada. No restante, espere por um álbum muito lento, arrastado, de guitarras sujas e afinação baixíssima.
Algumas faixas valem uma ouvida mais atenta, como é o caso da já citada Master´s Chamber, onde começa todo o “caos” que II: Void Worship impõe aos nossos ouvidos, a seguinte, e também já citada, The Paladim, que eleva um pouco a velocidade e mostra que a banda continua soando bem em uma rotação maior, a ótima faixa título Void Worship que também merece uma atenção maior e, fechando o álbum, Away From Here com seus quase 10 minutos de duração.
O ponto negativo do disco (se é que é possível dizer isso) não está na música e sim na “tenebrosa” capa do álbum. Como é feia! Se estivéssemos nos anos 80 seria uma capa espetacular, mas como já avançamos 3 décadas desde então e vemos belíssimos trabalhos estampando os novos lançamentos, II: Void Worship fica devendo essa. Confira abaixo e tire suas próprias conclusões.
Voltando ao que interessa, o Pilgrim coloca nas prateleiras no próximo dia 01 de abril, via Metal Blade Records, um trabalho irretocável, digno de aplausos. II: Void Worship é forte, lento, poderoso e muito pesado!
Ouça a faixa mais rápida do álbum, The Paladim
Banda: Pilgrim
Álbum: II: Void Worship
Gravadora: Metal Blade Records
01. Intro
02. Master’s Chamber
03. The Paladin
04. Arcane Sanctum
05. In the Presence of Evil
06. Void Worship
07. Dwarven March
08. Away from Here
Pilgrim
Krolg, Slayer of Men: bateria
The Wizard: Guitarra, baixo e vocais
Conheça mais:
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