Se há algo difícil de ser definido atualmente é o conceito de música pesada. Nos últimos 10 anos, aproximadamente, o heavy metal foi invadido por um sem número de bandas que fazem da misturas de estilos seu suposto diferencial. O heavy metal extremamente fragmentado ganha a cada dia novos sub-gêneros ou sub-sub-gêneros. Alguns dão certo e caem nas graças dos fãs, como é o caso do Folk Metal ou do Viking Metal, cada vez mais comuns e com representantes que arrastam milhares de fãs aos seus shows, como é o caso de bandas como Amon Amarth, Tyr, Turisas ou Orphaned Land e outros que simplesmente não vingam.
A banda que acabo de ouvir faz parte deste segundo grupo. Trata-se do Zud, quinteto húngaro que mistura vertentes da música techno como o trance e o dubstep com Thrash Metal. Mas aí o atento leitor vai dizer: “mas isso já existe há mais de 30 anos! Desde os anos 80 o Ministry já misturava música eletrônica com metal”. Sim, de fato. Mas daí surgiu o que chamamos de Metal Industrial, ou simplesmente Industrial representado por grandes bandas como Godflesh, Rammstein, Fear Factory, Rob Zombie ou até mesmo Nailbomb, gênero atribuído por alguns à extinta banda de Max Cavalera, denominação com a qual este reles escriba não concorda.
Voltando ao Zud, a banda parece perdida em seu primeiro trabalho, o EP Machine Born, lançado em 2012. A imaturidade musical do quinteto húngaro talvez se explique no pouquíssimo tempo de vida que a banda teve antes de gravar o primeiro álbum, apenas dois meses! O álbum é confuso e a mescla de gêneros não convence. A banda junta o que há de pior na música eletrônica, o que costumeiramente chamamos de “música de playboy” (aquela que xingamos quando passa um carro achando que é boate ambulante), com o peso do metal que também é mal executado. Junte-se ao saco de bizarrices do Zud os corpse-paint que compõe o visual da banda. Estranho, muito estranho…
O quinteto formado pela baterista Betti Monoszlai, Attila Eckert e Norbert “Cannibal” Fülöp (guitarras), Attila “Kraken” Rab (baixo) e Gergely “Becse” Bencsik (vocais) ainda tem muito tempo para se redimir do desastre que é o primeiro disco da banda. Ainda há tempo! O grupo mostrou que sabe tocar, mas no caso deste álbum – que rendeu o clipe da faixa Cage (assista abaixo) – a estranha mistura de estilos é bastante indigesta! Na impossibilidade de dar nota menor, vai um M mesmo. E tá de bom tamanho!
Assista ao clipe da faixa Cage
ZUD
Machine Born
1. Intro
2. Machine Born
3. Cage
4. Ash Rain
5. Nemesis we are
6. Death on Wings
7. Vallomás
Dá prá tirar o sampler? Se fosse mais cru e curto seria melhor.Letra meio perdida e visual desproposital .Essa banda foi fabricada?
Concordo com o que o Dito falou: se o som fosse mais “cru” até que poderia ser algo mais interessante. O vocal do cara até que é bom, mas essa incursão meio “Techno” na música não casou muito bem. No lado “Metal”, também rolou uma baita carência de peso, e o resultado é algo realmente bem fraquinho.
No entanto, não é pior que um tal de Xe-None, uma banda da Rússia que faz um estilo bem similar. Guardem esse nome pra justamente EVITAR esse som.