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Darkthrone: a resistência do underground

Posted by Redação Mondo Metal On March - 19 - 2013

 

 

 

Holy shit!

Holy shit!

 

Sempre quando falamos em Noruega, fatalmente a cena black metal vem à mente. E não é por menos, já que hordas do porte de Mayhem, Emperor, Burzum, entre outras, elevaram o estilo musical para um patamar filosófico e atuante. Dentre os esquadrões, na opinião deste jornalista, o mais poderoso, portentoso e vibrante é o Darkthrone. Só que Gylve “Fenriz” Nagell e Ted “Nocturno Culto” Skjellum, desde a primeira metade do novo século, não fazem mais aquele som tão agradável ao Tinhoso e seus admiradores. Uma pena? Os mais xiitas podem dizer que sim. Entretanto o que faz a dupla escandinava ser a mais forte de toda a Europa, no quesito música extrema, é a paixão pelo som, qualidade, e o botão do “fodas” sempre acionado. Os dois começaram death, tiveram a fase mais emblemática (e a melhor, concordo) no BM, depois flertaram abertamente com o punk e, principalmente, o speed. The Underground Resistance, lançado neste ano, é mais um capítulo dessa nova fase, iniciada com o curioso The Cult is Alive, de 2006. Uma relação visceral com estilos paralelos ao black metal, porém sujos, toscos e extremos quase na mesma proporção.

 

Como de praxe, Fenriz segurou a onda nas baquetas e enveredou nos vocais, enquanto Nocturno gravou as linhas de guitarra, baixo, e demarcou território com sua voz rasgada na maioria dos petardos. Dead Early abre o play com o já tradicional speed adotado pela dupla há anos, mostrando qual a tônica do trampo. É levantar o punho, com o caneco de cerveja e celebrar! Na sequência, um dos trabalhos mais bacanas do cancioneiro darkthroniano, peróla que pertence ao panteão de hinos, como Transylvanian Hunger, Under a Funeral Moon, Quintessence, Lifeless, dentre outros. Clean voice para Fenriz cantar Valkyrie. Intro no violão, levada pra banguear e um refrão de encher os olhos de lágrimas até do truzão mais neanderthal, a melhor do disco!

 

Lesser Men evidencia uma influência suíça, Celtic Frost para ser mais preciso, entretanto um pouco inferior às outras músicas. The Ones You Left Behind é marcada pelos vocais épicos e toda aquela aura beligerante – foda! Já Come Warfare, The Entire Doom é a que mais remete ao passado da dupla, lembrando (um pouco) as saudosas bases de black metal que os colocaram em posição invejável na cena. Para encerrar, Leave No Cross Unturned, com quase 14 minutos do mais puro speed metal, cheia de variações, música pra abrir roda e chapar muito maluco por aí.  Que refrão bacana pra cantar, cacete!

 

Como os seguidores de longa data sabem, a grande lástima na história desse duo é que apresentações ao vivo são muito raras. Fenriz, o Midas, não gosta de turnês, ele prefere os recônditos de Oslo e o trabalho que exerce há quase 25 anos nos correios de seu país. Não dá pra reclamar, tudo que o cara toca vira ouro – vide Storm e Isengard, por exemplo. Ted Nocturno, quando sobe ao placo, é sempre com um chegado, como os caras do Satyricon. Por isso, quando falo que Darkthrone é a grande banda de música extrema da Europa, levo em consideração apenas o que é feito em estúdio.

 

Eric Cutler (Authopsy), via Facebook, classificou Resistance como o melhor disco da carreira dos caras. Tudo bem, gosto é subjetivo mesmo. Mas não há como negar que este é um trabalho muito interessante, com canções maravilhosas, e outras nem tanto. A cada burburinho que acontece sobre algum lançamento, fica a esperança de um novo clássico do black metal, tipo Transilvanian, Under ou Goatlord, o que não acontece. Não obstante a frustração, é possível curtir da mesma forma, tamanha a qualidade dos trampos alheios à obscuridade. O underground norueguês permanece resistente. Hail!

 

Darkthrone – The Underground Resistance
Peaceville Records, 2013

1 – Dead Early
2 – Valkyrie
3 – Lesser Men
4 – The Ones You Left Behind
5 – Come Warfare, The Entire Doom
6 – Leave No Cross Unturned

 

Ouça a faixa Valkyrie

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