Head banging!
Antes tarde que mais tarde, já dizia um amigo de outra redação. Finalmente, mais de um ano após o lançamento, resolvi conferir o álbum mais recente do Testament, Dark Roots of Earth, já lamentando por não tê-lo feito antes.
Quando comecei a gostar de música pesada, o Testament ainda não havia lançado seu primeiro álbum, portanto a trinca The Legacy, The New Order e Practice What you Preach lançada em 87, 88 e 89, respectivamente, e que se tornou um sucesso imediato entre os fãs, rodou à exaustão em minha velha pick-up. Era tudo novidade, vinda “daquela banda nova ‘fodona’ lá da California”. Era um grupo que tinha um som muito poderoso, muito próprio. Sem dúvida alguma, uma banda acima da média. Depois disso acabei não acompanhando muito de perto os californianos, a não ser por uma vinda da banda à BH há uns 10 anos aproximadamente, quando estavam lançando o ótimo Live in London, álbum que é um marco na vida pessoal do vocalista Chuck Billy, recém recuperado (à época) de um câncer raríssimo.
Tendo em vista este quadro absolutamente atípico, de alguém que conhece profundamente o começo da carreira da banda, mas nem tanto dos trabalhos mais recentes, a análise que se segue será feita desta forma, tendo como parâmetro os álbuns clássicos da banda. Afinal, o que um fã dos anos 80 diria ouvindo o mais recente lançamento da banda? Vale lembrar que o descompromisso com a linguagem formal no texto abaixo, claro, é proposital. Para ficar mais fácil, imaginemos uma conversa entre amigos em uma mesa de bar com uma boa “gelada”.
1. Rise Up
Absolutamente matadora! No melhor estilo, quem sabe, do Practice what you Preach! Hell Yeah! Eles ainda são bons!
2. Native Blood
Muito boa também. Pesadíssima. Direta e sem firulas!
3. Dark Roots of Earth
Hein? Hã? Isso é pegadinha né? Não, peraí. Ok, é até legalzinha sim. Mas que isso não se repita…
4. True American Hate
Porra, que susto! Aí sim, de volta ao peso! Hora de quebrar o pescoço!
5. A Day in the Death
Baixão começando. Bom! Legal a faixa, é de responsa. Inevitável acompanhar as palhetadas com a cabeça. Solos bem legais!
6. Cold Embrace
Mas que porra é essa? Baladinha??? Mas que ca%$&* de música do ca&%$#! Pula e vamos pra próxima. Mais uma dessa e eu desisto…
7. Man Kills Mankind
Agora abri a roda no meio da sala! Boa, muito boa.
8. Throne of Thorns
Ai cacete, dedilhado… Só espero que seja como algumas ótimas introduções do The New Order, como a Eerie Inhabitants, por exemplo. Legal a música, tem personalidade. Não é fodona, mas vale!
9. Last Stand for Independence
E vamos ao grand finale! Esses caras são inteligentes, abrem e fecham com as melhores músicas pra dar aquela sensação de que o álbum é sensacional. Essa e a primeira estão um degrau acima do resto. Mas algumas ficaram no porão…
No final das contas percebe-se que Dark Roots of Earth é um bom álbum, com ótimas músicas, bons riffs, bons solos e momentos únicos para o headbanging. Tem faixas dignas, quem diria, dos primeiros trabalhos da banda e outras nem tanto. O balanço final é positivo, apesar de algumas deslizadas desnecessárias. Mas nada que desabone a história dessa banda que está completando 30 anos e é – não tenham dúvidas – um dos pilares do Thrash Metal mundial. Vida longa ao Testament!
Ouça a faixa Rise Up