Christiano Gomes
Desde que foi lançado, no início do ano, Khaos Legions, nono trabalho dos suecos do Arch Enemy, vem recebendo boas e más críticas mundo afora. O álbum parece não ser unanimidade na imprensa mundial, mas também não vem sendo considerado um trabalho ruim. Acontece que o novo álbum gerou uma grande e justificada expectativa, já que é o primeiro em 4 anos, intervalo considerado muito longo!
Na esteira de The Root of All Evil, álbum de regravações e faixas ao vivo de 2009, o novo disco vem mostrando resultados expressivos pelo mundo, figurando no Top 50 de vários países como Japão, Alemanha e Finlândia e contrariando alguns poucos críticos mais severos que vêem em Khaos Legions um trabalho inferior aos anteriores Rise of the Tyrant e Doomsday Machine.
Angela Gossow e companhia criaram um estilo muito particular desde Wages of Sin, quarto álbum da banda e o primeiro com a vocalista. Este estilo está muito presente em Khaos Legions, que se revela um trabalho muito bom, intenso e com ótimos momentos, como a apoteótica abertura de Khaos Overture, uma das três faixas instrumentais do álbum. As outras são We are a godless entity, faixa lenta e sombria a curtíssima Turn to dust.
Khaos Legions tem outros bons momentos como a excelente Bloodstained Cross, certamente o destaque do álbum. Pesada, com um começo devastador, a faixa tem apenas um leve deslize excessivamente melódico no meio. Não que o recurso melódico seja um problema – não é e nem poderia ser, lembrando que a banda faz justamente o death metal melódico – mas neste caso não encaixou muito bem na música. Mas nada que tire o mérito da faixa.
Outras boas faixas que merecem uma audição mais cuidadosa são Yesterday is Dead and Gone, primeiro single retirado do álbum, Through the Eyes of a Raven, que tem um começo bem ao estilo old school, a veloz Revenge is Mine, que alterna momentos de puro bate-estaca com partes mais cadenciadas e Secrets, faixa com começo lento, mas que logo se transforma uma ótima pancadaria.
Também está disponível uma versão especial do álbum com um segundo disco somente de covers, que acertadamente foram lançadas em um disco separado. Quatro bandas receberam a releitura do Arch Enemy: Dream Evil, Kiss, Europe e Discharge. Na versão japonesa do álbum há também outro cover, agora dos alemães do Scorpions.
A capa é do competente desenhista Brent Eliot, responsável pela arte de outras bandas como Whitechapel, Carnifex, Trivium, entre outras.
Khaos Legions é sem dúvida um bom disco. Apresenta momentos de extrema criatividade e técnica de seus integrantes, principalmente dos irmãos guitarristas Christopher e Michael Amott, este ex-membro do Carcass, mas também comete alguns erros que não chegam a comprometer o álbum.
Arch Enemy
Álbum: Khaos Legions
Gravadora: Century Media
Nota: 7