Christiano Gomes
Nascido em Divinópolis em 1994, o quarteto mineiro Necrobiotic, formado pelos irmãos Broka (bateria) e Alexandre (baixo e vocal) e ainda J.Hell (guitarra) e, finalmente, Faco, líder da banda, responsável pelos vocais e guitarra, acaba de lançar seu primeiro CD depois de um hiato de mais de 10 anos. A banda retomou os trabalhos em 2009 e gravou Alive and Rotting uma “pedreira” de 10 faixas ao melhor estilo death/splatter old school.
De cara a parte gráfica do álbum chama atenção. Extremamente bem cuidada, a arte da capa assinada por Pablo Rodrigues não deixa absolutamente nada a desejar para lançamentos internacionais (aliás é melhor que muitos deles).
O álbum abre com a faixa Into the Necrobriotic, um verdadeiro prenúncio do caos, uma faixa curta, de menos de dois minutos, que mostra que o que Necrobiotic pretende mesmo é quebrar o pescoço do ouvinte. Pedais duplos, bateria ultra-rápida e tudo que compõe um bom death metal estão presentes na faixa, um pequenos aperitivo do que está por vir. Em seguida vem uma faixa ccom um nome bastante sugestivo, “Foie Gras”. Faixa densa, com um um mosh daqueles de arredar o sofá de casa para abrir uma roda! Ótima faixa! Shame fala sobre as religiões, abre com um sampler como se o ouvinte estivesse passando por rádios evangélicas até chegar finalmente ao que interessa, o Necrobiotic. Com o dial cada vez mais recheado de rádios religiosas, a situação não é hipotética. Mas a faixa é um claro protesto contra as religiões, especificamente cristianismo, judaísmo e islamismo, conforme descritos nas letras.
Alive and Rotting continua com Metal Hell. A faixa começa a 100 por hora e é – até então – a mais rápida do álbum. São quase 3 minutos sem tirar o pé do acelerador. Uma massa sonora que não dá descanso aos ouvidos! Alive and Rotting, faixa título é feita pra bater cabeça, com um riff muito bom, que cola aos ouvidos, a faixa é o destaque do álbum. A música lembra muito algumas bandas do início da década de 90, como Entombed ou Malevolent Creation. Calamitous Epidemic, faixa curta, de pouco mais de dois minutos, é recheada de blast beats e riffs feitos para bater cabeça sem parar. Never Will é outra pancadaria no ritmo das anteriores, de dar torcicolo! Mais uma vez excelente trabalho da banda em uma faixa intensa e muito bem trabalhada. Viruses of your Sickness vem na sequência e mostra um refrão e palhetadas que são seu destaque. É talvez a música com maior variação rítmica do álbum. Muito boa, é sem dúvida um dos destaques da banda. Logo após vem Sweet Slow Death, abre mais lenta, com uma guitarra que poderia ser confundida com um doom metal (que não é), e que mostra que o Necrobiotic também pode navegar bem no estilo. Mas o que se segue é a mesma pancadaria característica da banda. Mais uma vez a banda apresenta uma excelente faixa, que também destaco como uma de suas melhores. Reign of Him, fecha o álbum com chave de ouro.
Alive and Rotting é um álbum maduro, extremo e altamente recomendável para os apreciadores de bom e velho death metal bem feito. Com excelente produção, que ficou à cargo da própria banda, o álbum mostra toda força do interior mineiro. E olha que estamos falando apenas do debut da banda. Apesar do lançamento recente, o Necrobiotic já trabalha em seu sucessor que promete para 2012. Para quem quiser conhecer o trabalho do Necrobiotic, o álbum pode ser encontrado em Belo Horizonte na Cogumelo. A banda toca na capital no próximo dia 23. Como a própria banda define, Alive and Rotting é “música para headbanger”. Disso não temos dúvida!